A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) o pedido de investigação apresentado contra o presidente do Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias .
"Determino a abertura de vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, a quem cabe a formação da opinio delicti em feitos de competência desta Suprema Corte, para manifestação no prazo regimental", determinou a ministra, seguindo o rito processual adotado nesses casos.
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A notícia-crime foi apresentada à Corte pela deputada federal Natalia Bonavides (PT-RN) e se refere à denúncia publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo" sobre a cobrança de propina por parte do funcionário do Ministério da Saúde pela remessa de 400 milhões de imunizantes fabricados pela AstraZeneca.
Na notícia-crime, a congressista afirma que Bolsonaro cometeu o crime de prevaricação , enquanto Dias estaria enquadrado nos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e advocacia administrativa.
Nesta quarta-feira, foi publicada a exoneração de Roberto Ferreira Dias do cargo de diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Embora o governo tenha divulgado que a decisão tenha sido tomada na manhã de terça-feira, o ato com a demissão só chegou ao Planalto à noite, após o jornal publicar uma entrevista com Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply.
Dominguetti afirmou que procurou o ministério para oferecer uma remessa de 400 milhões de imunizantes fabricados pela AstraZeneca e que Roberto Dias teria exigido US$ 1 de propina para cada dose de vacina negociada.