O vice-presidente Hamilton Mourão minimizou, na manhã desta quarta-feira (30), a gravidade da denúncia de uma vendedora de vacinas que afirma ter recebido pedido de propina do Ministério da Saúde, de US$1 a dose, para fechar venda de imunizantes à pasta . O general reforçou o discurso anticorrupção e disse que não há "espaço" para um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Não acho isso [que o discurso contra corrupção esteja abalado]. O que acontece? O presidente falou ontem uma coisa que é certa, ele não tem condições de controlar tudo que está acontecendo dentro do governo . Isso é uma realidade. Então, compete a cada ministro controlar o seu feudo. E, se for detectada alguma coisa que está irregular, você toma as providências de acordo com a lei", afirmou ao chegar ao Planalto.
"Acho que não há espaço para prosperar um pedido de impeachment. Estamos a um ano e pouco das eleições. Vamos deixar o processo prosseguir e chegar a outubro do ano que vem para ver o que acontece."
Mourão também concordou com declaração feita ontem pelo ministro do STF Gilmar Mendes de que é preciso "zelar para que o remédio não mate o doente" para descartar a medida para afastar Bolsonaro.
Além da denúncia de pedido de propina de um representante da empresa Davati medical Supply, o governo federal sofre o desgaste pelo contrato firmado pela compra do imunizante Covaxin — encerrado ontem (29) pelo Ministério da Saúde após pressão de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da CPI da Covid.