Ricardo Barros, acusado de envolvimento em fraude em contrato de importação da vacina Covaxin
Elza Fiuza/Agência Brasil
Ricardo Barros, acusado de envolvimento em fraude em contrato de importação da vacina Covaxin

 O servidor do Ministério da Saúde, Thiago Fernandes da Costa, réu junto ao líder do governo na Câmara dos Deputados , Ricardo Barro s (PP-PR), em uma ação sobre desvio de recursos da pasta, foi um dos responsáveis por mudanças em documentos que abriram as portas para a contratação das vacinas Covaxin e Sputnik.

Documentos enviados à CPI da Covid mostram que  Fernandes atuou para retirar a exigência de que os contratos só teriam validade se as responsáveis pelas vacinas apresentassem estudos que comprovassem a eficácia e segurança dos imunizantes contra a variante “gamma”, identificada inicialmente no Brasil.

Procurado pelo GLOBO, o servidor frisa que é concursado do ministério desde 2009 e defende sua inocência no processo de improbidade. Diz que o e-mail retirando a exigência "foi enviado a mim pela Secretaria Executiva, responsável, à época, pela negociação junto à empresa. Com base nessa solicitação, o Termo de Referência foi ajustado."

Os documentos aos quais O GLOBO teve acesso mostram uma troca de e-mails na qual o servidor Alexandre Ogliari, à época lotado no gabinete do então secretário-executivo da pasta Élcio Franco, pede a Thiago que faça alterações nos termos de referência das contratações das vacinas Covaxin e Sputnik. O termo de referência é a base de um contrato de compra de materiais ou serviços. Entre as instruções, está a retirada do ponto 4.3.1 dos termos originais.

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O item previa que o prazo para a execução do contrato de fornecimento das vacinas Covaxin e Sputnik entraria em vigor a partir do momento em que as vendedoras apresentassem estudos que comprovassem que o imunizante era eficaz e seguro contra a variante “gamma” do novo coronavírus. Essa foi a variante que, segundo cientistas, estava por trás do aumento repentino de casos de Covid-19 no Amazonas em janeiro.

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