O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) disse que requerimentos de convocação para a CPI da Covid foram apresentados “de forma antirregimental”, já que não teriam obedecido ao prazo de publicação. Nesta quarta-feira, os membros da comissão decidiram chamar o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), apontado como chefe do “ministério paralelo” da Saúde, e do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, afastado do Tribunal de Contas da União (TCU).
— Os requerimentos votados no dia de hoje de convocação são nulos. Eu apresentei questão de ordem no plenário para que o presidente o Senado torne nulos, sem efeitos os requerimentos aprovados hoje que não tenham respeitado o prazo regimental — disse o senador.
Alinhado ao governo, o parlamentar elogiou o depoimento do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, à época o número dois do ministro Eduardo Pazuello. Marcos Rogério tem defendido as ações do governo federal frente à pandemia durante a CPI.
É o caso do kit Covid para o tratamento precoce, com medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença. Ligado ao presidente Jair Bolsonaro, o suposto gabinete paralelo teria aconselhado medidas como essa a fim de atingir a chamada “imunidade de rebanho”.
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O ex-assessor especial da Presidência Arthur Weintraub e a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi, que já depôs à comissão, também são apontados como membros do grupo. Irmão do ex-ministro da Educação, o advogado já foi convocado para a CPI — na qual deve ser ouvido por intermédio do FBI, já que está nos Estados Unidos — e admitiu que orientou Bolsonaro sobre a cloroquina, remédio usado contra malária, artrite reumatoide e lúpus.
Já o auditor do TCU seria responsável por elaborar e vazar documento falso que apresentava supernotificação de mortes por Covid-19 no Brasil. O presidente chegou a usar o material como prova de que a pandemia, que deve alcançar 500 mil mortos no país ainda neste mês, estaria superdimensionada. O tribunal desmentiu as informações e afastou o servidor .