O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos , afirmou que a decisão do Exército de não punir Pazuello por ter participado de manifestação política foi "extremamente pensada". Em entrevista ao Globo, o ministro disse que o general e ex-ministro da Saúde estava no ato como um "civil", não como militar, e que o passado de Pazuello nas Forças Armadas foi levado em consideração.
"O passado pesa na decisão do comandante. Não é só no caso do Pazuello
. Em qualquer transgressão disciplinar, de soldado a general, são analisadas as condicionantes da transgressão e a pessoa do transgressor", disse.
"O comandante do Exército, ao analisar a história de vida do Pazuello, considerou que aquele fato não se constituiu transgressão. Você não pode usar pesos iguais com pessoas que têm comportamentos diferentes. Se o militar nunca fez nada errado e comete um deslize, ele vai ser punido com dez dias de cadeia? Isso não existe. Cada caso é um caso."
O Estatuto dos Militares , porém, proíbe que militares da ativa participem de atos políticos ou manifestem sua posição publicamente.
Ramos reforçou, ainda, que Bolsonaro é o "comandante supremo das Forças Armadas" e que, portanto, tem poderes para editar um decreto para garantir liberdade de ir e vir durante a pandemia. Por vezes o presidente chegou a ameaçar baixar o decreto, mas nunca o fez.
O ministro também criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta durante a entrevista.
"Faltou um debate nacional. O ministro (da Advocacia-Geral da União) André Mendonça é testemunha ocular disso. Logo no início da pandemia, o (então) ministro da Saúde (Luiz Henrique) Mandetta foi convidado para ir ao Supremo. (Ele disse) que na pandemia iam morrer 400 mil pessoas, que ia não sei o quê... O André Mendonça diz que foi uma sessão de terror. Se sou ministro do STF e vejo aquilo ali, fico assustado. Faltou um debate. Faltou a gente conversar. Não houve isso. Foi goela abaixo."