Desafetos e rivais políticos, os dois principais nomes do cenário político brasileiro, o ex-presidente Lula
e o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro
, ignoraram as manifestações deste sábado, 29 de maio, contra Bolsonaro e em defesa de vacinas e a retomada do auxílio emergencial de R$ 600
.
Nas redes sociais, nenhum dos dois favoritos para as eleições presidenciais de 2022 se manifestaram sobre os atos contra Bolsonaro . Promovidas por lideranças da esquerda, as manifestações não tiveram participação direta do PT e de Lula, embora camisas, bandeiras e cartazes em apoio ao petista tenham sido vistas pelo País.
O atual presidente, foco central dos atos, também preferiu ignorá-los, sem nenhum comentário sobre o assunto até a manhã deste domingo (30). Nas redes sociais, bolsonaristas e petistas tiveram outra reação, rejeitando ou apoiando as manifestações, mas nunca as ignorando.
Principal mobilização da oposição contra Bolsonaro desde o início da pandemia do novo coronavírus, os atos de 29 de maio ocorreram em pelo menos 170 cidades brasileiras e quase todas as capitais, além do Distrito Federal. Em muitas delas, o grande número de pessoas chamou atenção e marcou a "virada" anti-Bolsonaro, com inevitáveis comparações às recentes e mais frequentes manifestações de apoiadores do atual presidente, mais esvaziadas.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann , adotou postura diferente de Lula. Se o ex-presidente não fez nenhuma convocaação nem tampouco comentou os atos, Gleisi esteve presente em uma das maiores manifestações nacionais, realizada na Avenida Paulista, em São Paulo.
"Acompanhamos a situação crítica da pandemia e do nosso povo. Decidimos um ato extremo, um ato de rua, com todos os cuidados, para mostrar solidariedade ao povo brasileiro. Quem está errado não é quem está aqui. Quem está errado é Jair Messias Bolsonaro", disse a petista.
Nas redes sociais e nos próprios atos, a ideia de que Bolsonaro representa um perigo maior do que o vírus foi bastante difundida, mas Lula, principal liderança da oposição, como mostram as pesquisas eleitorais para 2022, optou por outra estratégia.