O relator da CPI da Covid Renan Calheiros (MDB-AL) declarou durante sessão desta quinta-feira (27) que o depoimento do diretor do Butantan Dimas Covas mostrou contradições dos ex-ministros Eduardo Pazuello , da Saúde, e de Ernesto Araújo , das Relações Exteriores.
Durante a oitiva, Dimas mostrou documento que revela que havia um acerto informal, ainda em 2020, entre governo federal e o Butantan, relativo a 100 milhões de doses da CoronaVac , que poderiam ter sido entregues, em parte, ainda no ano passado.
Todavia, a negociação esfriou após Bolsonaro dizer em evento publico em outubro de 2020 que “toda e qualquer vacina está descartada”, e tambem ordenar o cancelamento do acordo da compra do imunizante do Butantan: “estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado nela, a não ser nós”, afirmou na época.
"O depoente(Dimas Covas) contradiz Pazuello, que afirmou: 'Acreditem, nunca o presidente da República me mandou desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan, em nenhuma vez'. (...) O depoente contradiz Pazuello, que afirmou que já teria assinado o protocolo de intenções com o Butantan, e que esse acordo não havia sido desfeito", afirmou Calheiros.
Além disso, Renan voltou a citar uma fala do diretor do Butantan que indicou contradição de Ernesto Araújo e também do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten , em relação às declarações do governo federal que implicaram no atraso da chegada de insumos vindos da China:
“Contradiz Pazuello, Ernesto Araújo e Fabio Wajngarten ao afirmarem que as relações com a China sempre foram salutares e não teriam sofrido impactos negativos por conta das atitudes do governo federal e de declarações do presidente da República", afirma o relator.