O Ministério da Defesa enviou à comissão da CPI Da Covid um documento que afirma que o pedido de aumento da produção de cloroquina pelo Exército , para o tratamento de covid-19, partiu do Ministério da Saúde .
A informação foi enviada ao presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) , pelo gabinete do Comando do Exército, no dia 21 de maio. Após o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL) ter feito um requerimento.
Segundo o UOL, a resposta do Exército à CPI afirma que o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército atende às demandas do Ministério da Saúde "em prol da sociedade" para várias doenças. A nota diz ainda que cabe ao laboratório apenas responder se pode atender ou não à demanda da pasta.
Ainda segundo a nota, o Exército diz que, em 2020, foram distribuídos 2,4 milhões de comprimidos de cloroquina 150 mg para as secretariais municipais e estaduais de saúde em todo País, "conforme pautas definidas pelo Ministério da Saúde". Outros 477.510 comprimidos do medicamento foram distribuídos para hospitais militares.
O documento afirma que o pedido do Ministério da Saúde para o aumento da produção cloroquina ocorreu "no início da pandemia", mas não aponta data. Além disso, o Exército ressalta que o aumento da produção foi para uso no tratamento da covid-19 , e não de malária , como era feito em anos anteriores. "A Nota Informativa no 5/2020-DAF/SCTI do Ministério da Saúde qual orientou o uso da cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves de covid-19."
Para Renan Calheiros, a resposta do gabinete do comandante do Exército traz "mais uma materialidade de que o que alguns depoentes declararam à CPI não foi verdade". Nenhum dos ministros que prestaram depoimento à CPI confirmou ter solicitado ao Exército o aumento da produção da cloroquina para uso no tratamento de covid-19.
Segundo a nota do Exército, no ano de 2020 foram produzidos 3.329.910 comprimidos de cloroquina de 150 mg. O documento aponta que não houve produção do medicamento em 2019 nem 2018, já que a produção de 2017 (259.470 comprimidos) atendeu a demanda dos três anos anteriores a 2020.
Dados que segundo Calheiros, indicam mais uma contradição do ex-ministro Eduardo Pazuello . Em depoimento à CPI da Pandemia na semana passada, o general disse que o medicamento é produzido "todo tempo" pelo Exército, e que a distribuição da medicação era para malária.