Apontado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) como conselheiro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) , o pastor Silas Malafaia já defendeu o tratamento precoce e foi contra medidas de isolamento social para conter o contágio do coronavírus.
Durante a CPI da Covid no Senado, nesta quinta-feira, o filho de Bolsonaro afirmou que Malafaia “fala diariamente com o presidente e o influencia”. Flávio ainda instigou para que o líder evangélico fosse convocado para a comissão.
Em resposta, Malafaia afirmou que iria à CPI para “falar tudo” e confirmou conversar frequentemente com Bolsonaro a respeito da pandemia . O pastor também rebateu de que Bolsonaro teria recebido um aconselhamento paralelo, isto é, fora do Ministério da Saúde , para orientá-lo na política de enfrentamento à pandemia
— Se eu for lá, eu vou falar tudo que eu converso com o presidente sobre lockdown, sobre os preventivos, sobre coronavac e Pfizer. Eu falo tudo. Essa conversa de gabinete paralelo, na minha resposta eu destroço esse argumento idiota. Se eu for convocado, não tenho medo. Vou e falo tudo que conversei de março do ano passado até aqui. Só para ter uma ideia, eu estive seis vezes pessoalmente com o presidente. Três delas, por mais de três horas. Fora inúmeras ligações de zap que eu faço com ele — disse Malafaia.
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Defensor claro do tratamento precoce, o líder já afirmou que ele mesmo fez uso da ivermectina , um remédio antiparasitário sem eficácia comprovada contra a Covid-19 . Malafaia disse, no ano passado, que tomava o medicamento para, segundo ele, aliviar o impacto da doença. Em março, ele contraiu o novo coronavírus.
As publicações do pastor em defesa da ivermectina e do tratamento precoce já foram marcadas nas redes sociais como enganosas e chegaram a ser deletadas pela plataforma. O mesmo foi feito com os conteúdos que postou contra as medidas de isolamento social e que afirmava que a população mais pobre supostamente já seria “imunizada” ao vírus, por estar “sujeita a tanta porcaria” no dia a dia.
Malafaia também já pediu para que Bolsonaro convocasse as Forças Armadas contra os governadores devido às medidas restritivas para conter o avanço da pandemia. E, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender missas e cultos para evitar o agravamento da crise sanitária, o pastor se negou a fazê-lo. Na época, escreveu: "Vagabundos decidindo se você pode trabalhar, e ateus decidindo se você poder ir à igreja". Nas redes, ele continuou publicando convites aos fiéis para irem aos cultos presenciais.