Durante depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid no Senado, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não foi o responsável por ações como a promoção de remédios com ineficácia comprovada e discursos antivacina, o general será considerado culpado. Na ocasião, o senador pediu para que o depoimento de Pazuello seja enviado ao Ministério Público (MP), baseado no fato de que é ilegal mentir na Comissão.
A fala de Carvalho se deu após Pazuello tentar 'blindar' o presidente durante suas declarações. O senador também disse que o ex-ministro tem "assumindo para si responsabilidades" que não são dele. "O senhor disse que o presidente nunca deu ordens sobre sua área, que nunca contradisse uma das suas ordens, que não existe ministério paralelo. Se isso tudo for verdade, foi da sua decisão tentar limitar as ações de governadores sobre medidas restritivas, foi o senhor que orientou a defender a cloroquina e ser contra isolamento e distanciamento social, contra uso de máscaras e fornecimento. Então foi o senhor que deu informações a respeito das vacinas que levaram o presidente da República a desacreditá-las", disse.
Após dizer que Pazuello estava se contradizendo e continuava mentindo em seu depoimento, o senador solicitou ao presidente da CPI , Omar Aziz (PSD-AM), que as declarações do general fossem encaminhadas ao Ministério Público. "Gostaria de requerer que essa oitiva de ontem e de hoje seja encaminhada ao MP baseada no artigo 342 do Código Penal, que afirma que não falar a verdade é crime", requiriu.
"Eu solicito à Vossa Excelência [Omar Aziz] e faço um apelo: já são 441.864 mortes e não é o ministro [o responsável], que não é mais ministro, para finalizar, é o presidente Bolsonaro. Pare, pelo amor de Deus, de largar os brasileiros à própria sorte, de estimular que eles caminhem para a morte! Porque é isso que o presidente tem feito desde o começo da pandemia", afirmou.
Na mesma sessão, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou o ex-ministro mentiu pelo menos 14 vezes em seu depoimento .