Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
Reprodução: iG Minas Gerais
Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello

Na véspera de prestar depoimento na CPI da Covid , o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello , foi aconselhado por sua defesa a  acompanhar pelo menos a primeira parte do interrogatório do ex-chanceler Ernesto Araújo , nesta terça-feira (18). O advogado de Pazuello, Zozer Harmadn, disse que Pazuello deveria assistir como relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), irá inquirir ex-ministro das Relações Exteriores.

O advogado havia sugerido que Pazuello descansasse hoje para estar preparado para amanhã. Mas que seria bom ver como a CPI da Covid trata Ernesto Araújo. Zoser Hardman disse que a orientação é descansar, mas disse que ao menos as perguntas do relator, Renan Calheiros, Pazuello deve assistir.

"Assistir a CPI, recolhido no seu quarto, também é uma forma de descanso. Acredito que ele vá assistir parte do depoimento sim, mas não vai se debruçar ou fazer anotações. Seria bom que assistisse ao menos as perguntas que serão feitas pelo relator", disse.

No Twitter, Hardman, que atua como conselheiro jurídico do militar, disse que Pazuello passará o dia em descanso como "antídoto" à pressão dos senadores.

O depoimento de Pazuello é o mais aguardado da CPI e o que mais gera preocupação no Palácio do Planalto . Na ocasião, o ex-ministro estará acompanhado do advogado da União, Diogo Palau. Ontem, o ex-ministro repassou pontos principais que devem ser alvo de questionamento dos parlamentares que apuram ações e omissões do governo.

"Serão horas de depoimento. A estratégia mais utilizada por interrogadores em casos semelhantes é tentar cansar o depoente para que a mente falhe e o depoente se confunda, cometa erros. Ciente disso, o descanso da mente é sempre o melhor antídoto", escreveu Zoser Hardman no Twitter.

O advogado, que foi assessor jurídico no Ministério da Saúde e ajudou na preparação do general para a CPI, disse ainda que "aquele que espera que o ex-ministro Pazuello entre em alguma provocação ou não aguente a maratona se surpreenderá."

Na sexta-feira passada, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus ao ex-ministro da Saúde para que ele possa ficar em silêncio em perguntas que possam se autocriminar. Porém, Pazuello terá que responder a perguntas sobre a conduta de outras pessoas, como Bolsonaro. A defesa, no entanto, quer evitar que Pazuello dê opinião sobre o comportamento do presidente e se limite a responder sobre "fatos objetivos."

O advogado voltou a dizer que Pazuello responderá a todas as perguntas. Hardman afirmou ainda que o ex-ministro está mais preparado que o dia 5 de maio, primeira data marcada para o comparecimento de Pazuello à CPI. Na ocasião, Pazuello alegou que teve contato com pessoas infectadas e seu depoimento foi adiado para amanhã.

Porém, no período em que deveria estar de quarentena , Pazuello manteve reuniões de preparação para a comissão, recebeu o ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral) no Hotel de Trânsito de Oficiais do Exército e esteve no Palácio da Alvorada para uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro.

"O ex-ministro Pazuello está pronto para responder toda e qualquer pergunta aos senadores durante seu depoimento à CPI. Aliás, está mais do pronto desde terça-feira retrasada", disse.

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