Governador do Rio de Janeiro Claudio Castro (PSC)
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Governador do Rio de Janeiro Claudio Castro (PSC)

Governador do Rio e com a intenção de concorrer à reeleição no ano que vem com apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) , Cláudio Castro (PSC) fez nesta terça-feira (11) ataques ao deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), um possível adversário na disputa eleitoral de 2022.

Freixo tenta articular uma frente de partidos de esquerda, e ampliá-la a siglas de centro, e tem a promessa de apoio a seu nome pelo ex-presidente Lula (PT). Castro tem se mostrado alinhado a Bolsonaro, que já pediu para que deputados estaduais bolsonaristas da Alerj votem segundo os interesses do governador.

Ao discursar em defesa da operação da Polícia Civil no Jacarezinho que deixou 28 mortos na semana passada, o governador criticou a oposição por ter apresentado na Alerj um pedido de impeachment de Castro por causa da ação - a acusação foi assinada pelo deputado federal David Miranda (PSOL), para quem Castro cometeu crime de responsabilidade ao permitir a ação.

O governador afirmou que continuará apoiando ações policiais e voltou a elogiar o desempenho no Jacarezinho. Com isso, reforçou laços com o bolsonarismo e fez a sua fala em oposição ao possível adversário.

"A nossa população não aguenta mais ficar sob o julgamento de milícias e do tráfico. A segurança pública é prioridade. Depois de uma operação feita para cumprir mandados judiciais, eles (políticos de partidos de esquerda) acham que vão meter medo em nós, com pedidos de CPI e impeachment. Marcelo Freixo e a sua trupe do PSOL, podem pedir quantos impeachments quiserem, a polícia fará o seu trabalho. Nossa missão é libertar o nosso povo. Inclusive, de vocês (PSOL). Não adianta tentar antecipar 2022. Estou falando do direito de ir e vir das pessoas", afirmou o governador.

Pessoas próximas a Castro garantem que ele "deve se envolver em polêmicas estratégicas para se tornar um rosto mais conhecido do eleitorado até 2022" e que isso faz parte da sua estratégia política.

No último mês, Castro antagonizou uma disputa com o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), pelo leilão da Cedae. Apesar da divergência pública, o governador não chegou a atacar publicamente o antigo aliado.

Seu posicionamento em relação à operação no Jacarezinho, no entanto, foi colocado por alguns dos seus consultores políticos como um "marco" do seu posicionamento.

Integrantes de partidos de esquerda e entidades de direitos humanos classificaram a operação como "massacre". Freixo, por exemplo, afirmou que o alto número de mortes era uma "insanidade". Castro, por sua vez, disse que a ação foi pautada por um "trabalho de inteligência".

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Entre PP e PL, Castro sonha com o DEM

De saída do PSC, partido que perdeu força no Rio após o fracasso do governo Wilson Witzel , Castro é cortejado pelo PP e pelo PL para se candidatar no ano que vem. O governador, no entanto, enxerga o DEM como partido ideal para a sua migração. O partido perderá o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que vai se filiar ao PSD. A ida de Castro evitaria o esvaziamento da sigla e agrada ao presidente nacional do DEM, ACM Neto.

Outra possibilidade para o DEM repor a perda de Paes no Rio seria a transferência do domicílio eleitoral do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). A possibilidade foi informada pelo jornal "Folha de S. Paulo".

O ex-ministro é um nome de oposição ao presidente Bolsonaro, ao contrário de Castro, e neste caso a filiação do governador ao partido ficaria mais difícil.

Aliados de Mandetta ouvidos pelo GLOBO avaliaram com cautela a probabilidade de Mandetta fazer este movimento. O ex-ministro é cotado para participar das eleições estaduais no Mato Grosso do Sul, caso não componha uma chapa para a disputa presidencial em 2022.

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