O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou nesta terça-feira (11) que exista um "Orçamento secreto" e chamou de "canalhas" os jornalistas do jornal "O Estado de S. Paulo", que revelou que o governo reservou R$ 3 bilhões do Orçamento de 2020 para deputados e senadores aliados indicarem a destinação de recursos.
"Inventaram que eu tenho um Orçamento secreto agora. Eu tenho um reservatório de leite condensado ali, três milhões de latas. Você pode ver...Isso é sinal de que eles não têm o que falar. O Orçamento foi aprovado, discutido, meses, agora apareceu 3 bilhões? Só os canalhas do Estado de S. Paulo para escrever isso", disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, fazendo referência também as reportagens sobre a compra de leite condensado pelo governo federal.
A distribuição dos recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), no fim do ano passado, ocorreu por meio das chamadas “emendas de relator”. Esse instrumento foi criado no Orçamento de 2020 para formalizar acordos políticos do Congresso . A soma dessas emendas foi de R$ 20 bilhões no ano passado.
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O governo Bolsonaro vem privilegiando aliados com verbas “extras” desde a aprovação da reforma da Previdência, seja com indicações informais ou com as emendas de relator. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que apure a reserva de R$ 3 bilhões.