Nesta quarta-feira (14), no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro disse aos seus apoiadores que o Brasil é um “barril de pólvora”. E ainda disse: “Estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil”. O mandatário da República fazia menção ao Supremo Tribunal Federal ( STF ). As informações foram apuradas pelo Metrópoles.
“Agora, eu não quero aqui brigar com ninguém, mas estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil. O que que vai nascer disso tudo? Onde vamos chegar? Parece que é um barril de pólvora que está aí”, declarou Bolsonaro ao falar sobre o pedido da ministra Cármen Lúcia para que o Supremo avalie a notícia-crime contra o chefe do Executivo.
De acordo com Bolsonaro tem “gente, de paletó e gravata, que não quer enxergar” a situação brasileira. “Acha que a vida é o serviço dele, em casa, ou home office, paletó e gravata com dinheiro na conta no fim do mês, e o povo que se exploda”, ressaltou.
“Eu não estou ameaçando ninguém, mas estou achando que brevemente teremos um problema sério no Brasil. Dá tempo de mudar ainda. É só parar de usar menos a caneta e um pouco mais o coração”, compartilhou Bolsonaro.
O presidente continua declarando, sem provas, motivos para que a CPI da Covid , investigue prefeitos e governadores.“Nós temos atualmente mais de 100 mandados da Polícia Federal em cima desse pessoal, mais de 100 mandados de busca e apreensão e prisões preventivas. Aí quer me investigar pô?”, perguntou Bolsonaro.
“Por que o Barroso não determina que se investiga os colegas do Supremo já que tem processo de impeachment em cima dele? Por que só pra cima de mim? Que Supremo é esse? Não quero falar ‘o Supremo’, que ministro é esse? […] É uma interferência, sim, desse ministro junto ao Senado”, concluiu.
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Nesta quarta (14), o STF julgará o pedido de segurança autorizado pelo ministro Luís Roberto Barroso e faz com que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, siga com o processo e instale a CPI da Covid. Ação foi aprovada por Barroso na última quinta-feira (08) e o autor do documento foi o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Bolsonaro já se manifestou irritado com a liberação do ministro Barroso em liberar a CPI que tem como intuito investigar a atuação do governo Bolsonaro durante a pandemia do novo coronavírus .
“Esse pessoal, amigos do Supremo Tribunal Federal: daqui a pouco, vamos ter uma crise enorme aqui. Eu vi que um ministro lá despachou um processo pra me julgar por genocídio. Olha, quem fechou tudo, quem está com a política na mão não sou eu”, continuou o desabafo aos apoiadores.
Na terça-feira (13), a ministra Cármen Lúcia, também do STF, enviou para o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, um documento que solicita colocar em discussão a notícia-crime que acusa o atual presidente do país de genocídio contra indígenas, devido sua atuação em relação ao combate a pandemia da Covid-19.
Bolsonaro questionou mais uma vez o motivo pelo qual estar sendo investigado:“Igual agora, CPI contra Covid. Alguma notícia de desvio da minha parte? Uma que seja, de 1 real? Zero! O autor da proposta da CPI, Randolfe Rodrigues [risadas]. Apurar as omissões do presidente, fazer palanque! Eu não vou interferir. Nem posso, nem iria, no Senado Federal”, compartilhou.
“Quando vi, fiquei chateado! Por que investigar omissões minhas e não quem pegou o dinheiro na ponta da linha? É muito simples!”, ressaltou Bolsonaro.