Ao criticar os efeitos econômicos causados por medidas restritivas, que visam conter a pandemia de Covid-19 , o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (14), que o Brasil "está no limite" e que há pedidos para que ele tome uma "providência". Bolsonaro disse que espera "o povo dar uma sinalização", mas não explicou o que seria feito.
Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada , o presidente citou um levantamento que mostrou que mais de 125,6 milhões de brasileiros apresentaram algum grau de insegurança alimentar entre agosto e dezembro de 2020. Em seguida, disse que isso pode levar à fome, miséria e desemprego.
"Vai ter escassez, o que é comum quando tem escassez? O preço sobe, inflação. Vão culpar quem? O Brasil está no limite. Pessoal fala que eu devo tomar providência. Estou aguardando o povo dar uma sinalização. Porque a fome, a miséria, o desemprego, está aí. Só não vê quem não quer. Ou quem não está na rua. Eu sempre tive na rua".
Bolsonaro disse que não estava "ameaçando" ninguém , mas afirmou considerar que em breve haverá um "problema sério no Brasil", novamente sem explicar a que se referia.
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"Não estou ameaçando ninguém, mas estou achando que brevemente teremos um problema sério no Brasil. Dá tempo de mudar ainda. É só parar de usar menos a caneta e um pouco mais o coração".
O presidente criticou governadores por medidas restritivas , classificadas por ele como "atos arbitrários" e disse que haverá "consequências":
"Como a fome está batendo agora, vai sobrar daqui a pouco, consequências desses atos arbitrários que alguns estão tomando por aí. Falar isso não é ofender um Poder ou outro, uma autoridade ou outra. É mostrar a realidade".
Ao final da conversa, voltou a dizer que só irá fazer o que "o povo quiser":
"Eu vou embora, só digo uma coisa: eu faço o que o povo quiser que eu faça, tá ok?".