O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni , defendeu nesta quinta-feira (1) a troca no comando das Forças Armadas como um movimento "natural".
Pela primeira vez na história do país, os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixaram os cargos ao mesmo tempo. A saída foi motivada por pressão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um dia depois da demissão do então ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
A troca sem precedentes desencadeou uma crise militar
durante a semana. Para Onyx, no entanto, houve lealdade do general Edson Leal Pujol, do Exército, do almirante de esquadra Ilques Barbosa, da Marinha, e do brigadeiro Antônio Carlos Bermudez, da Aeronáutica. Por isso, vê com naturalidade o movimento conjunto de entrega dos cargos.
"A maior honra que um comandante pode ter é chegar ao comando da Força Aérea, do Exército e da Marinha. Eles também tinham esse dever de solidariedade e de lealdade àquele que os nomeou, que foi o general Fernando. Então, eu acho muito natural e, se eu estivesse na condição de cada um deles, eu faria a mesma coisa, porque, uma vez que houve substituição no comando geral, que é o Ministério da Defesa, seria razoável que o novo ministro tivesse a liberdade estruturar o comando das Forças de acordo com a sua opinião, a sua visão", afirma o ministro.
Ex-Casa Civil, o general Braga Netto assumiu o Ministério da Defesa
e nomeou o general Paulo Sérgio Nogueira (Exército), o almirante de esquadra Almir Garnier Santos (Marinha) e o tenente-brigadeiro Baptista Júnior (Aeronáutica).
"A substituição de um ministro é direito do presidente. (...) Ele tem todo o direito de fazer substituições para que o conjunto funcione melhor e harmonicamente" afirmou, elogiando a gestão do ex-ministro Fernando Azevedo.
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"Em qualquer sistema, isso é perfeitamente possível. A maturidade dos comandantes militares fez com que a troca fosse minimamente traumática".
Em defesa da reforma
Onyx já foi trocado de pasta duas vezes durante a gestão, tendo começado na Casa Civil, passado pela Cidadania e agora comandando a Secretaria-Geral. Ele defendeu a reforma realizada nesta semana, que alterou o ministro em seis pastas.
"Eu tenho uma relação de muita amizade e lealdade com o presidente. Eu digo sempre: onde ele me der a camisa, eu vou jogar. Já joguei de zagueiro, já joguei de volante, já joguei de atacante, agora voltei para a zona de criação do governo", disse Onyx em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O ministro
criticou as medidas restritivas determinadas nos estados e municípios e defendeu o atendimento e o tratamento precoce
contra a covid-19. Remédios como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e até mesmo omeprazol não têm eficácia comprovada contra a doença.
"O que eu defendo? Que se trate a pessoa. (...) Deixa os médicos trabalharem" declarou, ao citar a liberdade médica para prescrever medicamentos.