Os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes se manifestaram sobre a pandemia
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Os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes se manifestaram sobre a pandemia

Durante a abertura da sessão da corte eleitoral, nesta quinta-feira (04), o ministro Luís Roberto Barroso , do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que muitas das mortes por Covid-19 no país eram evitáveis e que é legítimo o "sentimento de abandono Brasil afora".

Barroso também afirmou que o país passa por um momento de desvalorização da vida e mencionou o recorde negativo de 1.840 mortes nas em 24 horas na quarta-feira (03).

"Nós tivemos na data de ontem [quarta-feira] 1.840 mortos pela Covid-19 no Brasil. Nós estamos batendo recordes negativos. Algumas dessas mortes eram, como em toda parte do mundo, inevitáveis, mas, muitas, evitáveis. Nós estamos, infelizmente, vivendo um momento de desvalorização da vida, em que pessoas nos deixam e passam a ser tratadas puramente como números. É muito triste o que está acontecendo no Brasil, e é legítimo o sentimento de abandono que as pessoas têm pelo Brasil afora", disse o ministro.

Além da crescente no número de mortes e média móvel nos últimos 7 dias, que chegou a 1.332, diversos estados enfrentam escassez de vagas em UTIs, correndo o risco de um colapso na saúde. Em meio à crise, os governos estaduais e o governo federal não conseguem chegar a um acordo sobre uma estratégia para combater a pandemia.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é contrário às medidas de restrição e isolamento social. "Peço para que repense a política de fechar tudo. Não fiquem me acusando de fazer aglomeração, aqui tem. Não vamos combater o vírus de forma ignorante, burra", afirmou em inauguração de ferrovia em Goiás, nesta quinta-feira (04).

Para reforçar o argumento de que o governo federal tem feito a sua parte no combate à Covid-19, Bolsonaro publicou em redes sociais uma lista com os repasses de verbas da União para estados em 2020. No entanto, a atitude gerou revolta entre os governadores, que alegaram que a maior parte dos repasses é obrigatória, e não tem a ver com gastos para a pandemia.


"Desorganização"

Ainda na sessão do TSE, o ministro Alexandre de Moraes , também se manifestou sobre a pandemia e disse que o Brasil é o único país em que a segunda onda foi pior que a primeira e que isso é fruto da desorganização do país.

"Nós chegamos, único país do mundo em que a segunda onda da pandemia vem sendo muito pior que a primeira. E isso lamentavelmente em face de desorganização, em face de ausência de liderança, em face de diferenças políticas que vem infelizmente deixando de lado o mais importante, que é cuidar da população", disse Moraes.

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