Na próxima segunda-feira, dia 1° de fevereiro, a Câmara dos Deputados realiza votação para a escolha do próximo presidente da casa. Para tentar garantir maior apoio a Arthur Lira , candidato de Jair Bolsonaro na disputa, o Planalto deu início a um processo de retaliações nesta reta final: quem está ao lado de Baleia Rossi, nome escolhido pelo próprio Rodrigo Maia e pelo grupo do centrão, vai perder cargos no governo.
Segundo informações do jornal O Globo, parlamentares foram informados nos últimos dias sobre as exonerações de indicados em postos na administração federal após terem anunciado apoio a Baleia . Tal tática vinha sendo adiada para evitar possíveis confrontos, mas a polarização na disputa forçou o governo a pressionar esses deputados para que " mudem de lado " e passem a apoiar Lira .
Entre os nomes que perderam cargos estão Flaviano Melo (MDB-AC), que viu a própria esposa e um superintendente do Iphan serem demitidos, e Fabio Reis (MDB-SE), que perdeu o superintendente indicado no Incra em Sergipe. Além deles, Hildo Rocha (MDB-MA) também foi atingido e perdeu seu indicado para a superintendência da Codevasf. Entretanto, ele acabou sendo reconduzido ao cargo após pedido de deputados da base de Lira .
Por outro lado, ainda de acordo com a reportagem, houve quem ganhasse vaga por já estar na base do candidato de Bolsonaro
. É o caso de José Rocha (PL-BA), que indicou Nilo Ferreira de Azevedo para o cargo de superintendente da Bahia do Ministério da Agricultura, substituindo indicado pelo presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins.
Questionado sobre tais retaliações ao MDB, Lira afirmou que o partido "é independente e sobrevive sem espaço no governo", além de afirmar que não tem conhecimento de tais denúncias. Por fim, lembrou ainda que aliados seus também perderam cargos ligados à Mesa Diretora da Câmara, presidida por Rodrigo Maia.