Os acenos do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) a partidos de esquerda para conseguir votos para a presidência da Câmara estão incomodando os integrantes da ala mais radical da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Lira é o candidato apoiado pelo presidente para chegar ao comando da Casa. As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo .
Os seguidores de Bolsonaro receberam a informação de que Lira teria prometido ao PT reformar a Lei da Ficha . A ideia do partido seria possibilitar uma nova candidatura do ex-presidente Lula para 2022. Entre as promessas à sigla também estaria a recriação do imposto sindical. Aliados do deputado do PP e petistas negam qualquer acordo nesse sentido.
Os problemas judiciais que envolvem Lira dividem os bolsonaristas mais fiéis ao presidente. Para parte desse grupo, há um contrassenso em defender a bandeira anticorrupção e respaldar a eleição do líder do Centrão. Lira responde por suposta prática de "rachadinha" enquanto ele ainda era deputado estadual Assembleia Legislativa de Alagoas.
A melhor opção, de acordo com esses apoiadores, seria partir para um plano B, como Tereza Cristina, que hoje comanda o ministério da Agricultura e está licenciada de seu mandato como deputada.
Um dos que manifestaram preferência por Cristina foi o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Ele é um dos principais aliados do Palácio do Planalto, embora não descarte apoiar Lira.
Ainda há aqueles que preferem dar um crédito de confiança ao candidato. "O Arthur foi absolvido [da acusação de rachadinha na Assembleia de Alagoas]. É verdade que ele ainda tem inquéritos, mas a gente sabe que muitos inquéritos são injustos", diz Bibo Nunes (PSL-RS).