O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira (16) as prioridades do Palácio do Planalto em relação às pautas em tramitação no Congresso e disse que o governo não pode utilizar outras pautas como "cortina de fumaça" para evitar que pautas consideradas mais importantes sejam deixadas de lado.
Nas últimas semanas, Maia tem defendido a aprovação de uma proposta que possibilita o corte de gastos obrigatórios quando as despesas atingem determinado valor, pauta que ficou conhecida como PEC Emergencial.
"Não podem ser uma cortina de fumaça para ganhar tempo por não termos ainda coragem de enfrentar os principais desafios que nos afligem hoje", afirmou o presidente da Câmara.
A PEC Emergencial permite que sejam reduzidos salários e jornadas de trabalho de servidores públicos temporariamente, por exemplo, mas o avanço da proposta deve provocar reação da categoria.
Maia também citou como exemplo um projeto no qual o Executivo tem insistido. Se trata da proposta que altera as regras do mercado de cabotagem. O governo chama o texto de "BR do Mar".
"O projeto de cabotagem, com todo respeito, não vai resolver o problema do Brasil nos próximos meses. Não podemos cair nessa armadilha de votar projetos bonitos e que não estejam enfrentados os principais problemas do país", completou o parlamentar.
O deputado ainda falou sobre o ministro Paulo Guedes (Economia), que costuma dizer que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) é uma aliança entre conservadores e liberais na economia. Maia disse que o governo precisa assumir o ônus político da PEC Emergencial, e que a recusa em apoiar o texto pode dar fim a essa aliança que pavimentou o caminho do presidente para o Palácio do Planalto.