Deputado federal Orlando Silva, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PCdoB, é um dos poucos candidatos negros em São Paulo
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Deputado federal Orlando Silva, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PCdoB, é um dos poucos candidatos negros em São Paulo

A desigualdade étnica no Brasil é grande e um dos reflexos disso é a falta de representatividade de minorias na política. Nas eleições municipais de 2020, 38% das cidades brasileiras têm somente candidatos brancos. Em números absolutos, o percentual corresponde a 2.134 dos 5.570 municípios brasileiros. Na Bahia, estado com a maior população preta e parda, 33 das 417 cidades não possuem candidatos negros. As informações são do jornal O Estado de São Paulo .

Em 2016, o número de cidades sem candidatos negros era ainda maior. O percentual no pleito daquele ano foi de 45%, o que corresponde a 2.512 municípios.

Mesmo onde não há exclusividade de brancos, eles ainda são em maior número. Ao todo, 63% dos candidatos a prefeito se declaram ser dessa etnia. Os dados expõem um contraste em relação à população do Brasil, já que, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (Pnad) 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 42% dos 209 milhões de brasileiros são brancos. Os pardos são 46,8% são pardos, enquanto os negros são 9,4%.

Neste ano, há previsão legal de que os partidos sejam obrigados a distribuir proporcionalmente suas partes do fundo eleitoral por raça. Se a legenda tiver 10% dos candidatos negros, por exemplo, eles devem receber 10% da verba do fundo. Essa regra, porém, não vale para candidatos a prefeito, só para vereadores.

Embora as receitas das candidaturas ainda estejam sendo contabilizadas e os valores possam mudar até o dia 15, os dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, na média, um candidato branco tem R$ 69 mil para sua campanha, enquanto o negro, ou a soma de pretos e pardos, tem R$ 63 mil.

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