O senador Jayme Campos (DEM-MT), presidente do Conselho de Ética do Senado, afimrou nesta segunda-feira (19) que Chico Rodrigues (DEM-RR), que foi encontrado com R$ 33 mil na cueca durante operação da Polícia Federal (PF) na casa dele, deveria pedir licença do cargo por um período de 121 dias.
Segundo o parlamentar, o pedido de Rodrigues serviria para ele não deixar "nenhuma dúvida" de que quer "esclarecer a verdade" sobre o dinheiro encontrado em suas roupas íntimas.
"Se eu fosse ele [Chico Rodrigues], eu pediria uma licença por 121 dias para não ter nenhuma dúvida de que ele quer, de fato, esclarecer a verdade. E a verdade, com certeza, será na medida em que este inquérito poderá transformar em processo e ele, o que alega na própria representação, poderá certamente tentar coagir do exercício do mandato alguma pessoa ou outra, quem quer que seja, para que naturalmente não seja retratada a verdade", disse Campos.
Jayme Campos deu a declaração em Brasília após ter se reunido com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na residência oficial do Senado.
A operação que envolve Chico Rodrigues apura suposto esquema de desvio de recursos públicos na área da Saúde que seriam investidos no combate à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). De acordo com a defesa do senador, o dinheiro encontrado na cueca dele serviria para pagar funcionários.
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Após a operação da semana passada, partidos políticos protocolaram uma representação no Conselho de Ética no Senado com o objetivo de cassar o mandato de Chico Rodrigues.
Segundo o presidente do Conselho de Ética, a representação dos partidos contra Chico Rodrigues será encaminhada à Advocacia-Geral do Senado. Jayme Campos afirmou ainda que, para o conselho se reunir, uma resolução precisa ser derrubada para permitir reuniões presenciais do conselho.
"É humanamente impossível, você não pode, em hipótese alguma, votar remotamente uma matéria tão importante como a cassação ou possível cassação ou alguma pena que possa receber o senador Chico Rodrigues", declarou Jayme Campos.
Ainda na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afastou Rodrigues do cargo por um período de 90 dias por decisão monocrática. O afastamento causou desconforto no Senado, o que fez Barroso levar a decisão para julgamento do plenário completo da Corte, que deve ocorrer nesta quarta-feira (21) .
Após o julgamento, no entanto, o afastamento ainda deve ser confirmado pelo Senado, que tem a palavra final sobre o caso.