O presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) voltou a fazer propaganda da cloroquina
durante a cerimônia de posse
do general Eduardo Pazuello
para o comando do Ministério da Saúde
realizada nesta quarta-feira (16) no Palácio do Planalto. O medicamento é defendido por ele para tratar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus
(Sars-CoV-2), sem uma comprovação científica de sua eficácia.
"Nada mais justo, nada mais sagrado, do que um médico receitar um remédio para seu paciente. Fica sob a responsabilidade dele. Não é o remédio do Bolsonaro, é o remédio que tem", afirmou o presidente após retirar uma caixa do remédio de seu bolso e mostrar para o público.
Em seu discurso, Bolsonaro voltou a fazer críticas a governadores, os quais ele disse que "ficaram em pânico" com a Covid-19, à "mídia catastrófica" que, segundo ele, exagerou ao falar sobre a doença e aos dois ministros que ocuparam o Ministério da Saúde antes de Pazuello, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Antes do presidente, Pazuello fez um discurso aos convidados e agradeceu ao presidente por sua nomeação interina e sua efetivação no comando da pasta. "Agradeço ao senhor presidente da República pela confiança dele na época quando fui chamado para o Ministério da Saúde, em meados de abril, no momento mais crítico da pandemia do coronavírus", disse o general.
"Literalmente, tivemos que trocar a roda do carro andando. A responsabilidade é enorme e tivemos a liberdade total para experimentarmos as medidas que eram necessárias e foram construídas", completou.
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Depois da saída de Teich, Pazuello ficou quatro meses comandando o Ministério da Saúde de forma interina. Nesse período, não participou de nenhuma das coletivas de imprensa realizadas pela pasta para atualizar as informações de combate à Covid-19. Nem no mais importante dos anúncios de sua gestão, o da divulgação da parceria para a produção da vacina de Oxford, ele esteve presente.
"Juntos, reestruturamos o ministério, adequamos protocolos e combatemos não só a Covid-19, mas também doenças que afligem o nosso povo. Utilizamos para isso a melhor ferramenta que poderíamos ter hoje, que é o nosso Sistema Único de Saúde", disse Pazuello, sendo interrompido algumas vezes com palmas.
O agora ministro da Saúde efetivo também falou sobre a importância da mudança da orientação do governo federal na procura por atendimento para tratamento da Covid-19.
"Nós tínhamos receio de que o SUS entraria em colapso, mas isso não aconteceu e não vai acontecer. O Ministério da Saúde e o mundo todo em um primeiro momento acreditavam que a melhor conduta era ficar em casa, aguardando a melhora dos sintomas e somente procurar atendimento médico em caso de falta de ar", afirmou.
Agora, a recomendação do ministério é que os pacientes procurem médicos logo no início dos sintomas. "O aprendizado ao longo da pandemia nos mostrou que quanto mais cedo atendemos pacientes, melhores são as chances de recuperação. O tratamento precoce salva vidas", completou Pazuello, que recebeu novamente uma salva de palmas.