Jair Bolsonaro e Marcelo Crivella
Foto: Reprodução/Internet
Jair Bolsonaro e Marcelo Crivella


Enquanto se preparava para cumprir uma agenda com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador interino Cláudio Castro, o prefeito Marcelo Crivella teve que receber, em sua residência na Barra, policiais civis e integrantes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que cumpriam um mandado de busca e apreensão . Os agentes chegaram ao condomínio por volta das 6h, três horas antes do compromisso do prefeito. Crivella, que teve um dos celulares apreendidos, e acompanhou as buscas. Ele foi um dos alvos da operação que investiga um suposto esquema de cobrança de propina para a liberação de pagamentos da Prefeitura do Rio de Janeiro.


Logo após os policiais saírem, Crivella seguiu para o seu compromisso, uma formatura de oficiais no Centro de Instrução Almirante Alexandrino (CIAA), da Marinha. Antes da solenidade, há um encontro fechado.

Além da casa, os dois gabinetes — na sede administrativa, na Cidade Nova; e no Palácio da Cidade, em Botafogo — também foram alvos de busca. A operação do Ministério Público e da Polícia Civil, por intermédio da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (Ciaf/PCERJ), tem 22 mandados de busca e apreensão expedidos pela desembargadora Rosa Maria Helena Guita, relatora do caso no Tribunal de Justiça. Equipes também estão em endereços ligados ao ex-senador Eduardo Lopes, ao empresário Rafael Alves e a Mauro Macedo, ex-tesoureiro da campanha de Crivella ao Senado.

Saiba mais :

A operação é um desdobramento da Operação Hades, que ficou conhecida na mídia como " QG da Propina ”, um suposto esquema de cobrança de propina para a liberação de pagamentos da Prefeitura do Rio de Janeiro. A primeira operação, em 10 de março, mirou o ex-presidente da Riotur Marcelo Alves; o irmão dele, Rafael Alves; e o empresário João Alberto Felippo Barreto, o João da Locanty, todos suspeitos de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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Rafael Alves, irmão do ex-presidente da Riotur Marcelo Alves, é empresário e foi citado em delações como suposto pagador de propina para a prefeitura e a Crivella.

Eduardo Lopes foi senador do Rio de Janeiro pelo Republicanos , ao herdar o mandato de Crivella - que saiu para concorrer à Prefeitura do Rio, e foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento de Wilson Witzel.

Já Macedo foi tesoureiro da campanha de Crivella ao Senado, em 2008, e foi citado em uma delação sobre o esquema de propina envolvendo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado, a Fetranspor.

O advogado do prefeito Marcelo Crivella, Alberto Sampaio, disse que o mandato tinha o objetivo de apreender celulares, notebooks e documentos. Ele no entanto não confirmou se algo foi mesmo recolhido.

"O prefeito está tranquilo e saiu pra cumprir agenda. Ainda não sabemos o teor da denúncia ", disse o advogado. "Acabo de pedir eletronicamente o acesso aos autos".

Diligências estão sendo cumpridas em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários na capital, nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Tijuca, Flamengo, e em Itaipava e Nilópolis.

A operação é chefiada pela Suprocuradoria-Geral de Assuntos Criminais (Subcriminal/MPRJ) e pelo Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim/MPRJ). Há ainda a participação de membros do Gaesf, Gaeco e Gaecc, bem como de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

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