O prefeito Marcelo Crivella durante coletiva de imprensa
Hermes de Paula / Agência O Globo
O prefeito Marcelo Crivella durante coletiva de imprensa

Na mira de investigações da Polícia Civil e do Ministério Público estadual, Marcelo Crivella pode ter que responder também a uma ação na Justiça Eleitoral pela suposta prática de crimes que teriam sido cometidos pela criação do grupo "Guardiões de Crivella".

O vereador Paulo Messina (MDB) protocolou nesta terça-feira uma representação contra o prefeito junto à Procuradoria Regional Eleitoral do Ministério Público por abuso de poder político e econômico.

A denúncia tem como base reportagens que revelaram a ação de funcionários públicos que ficavam nas portas de hospitais municipais para impedir que a imprensa flagrasse problemas no atendimento. A ação cita Crivella e vários secretários da prefeitura como integrantes da "organização criminosa autodenominada Guardiões do Crivella".

"O principal objetivo com essa ação é conseguirmos interromper imediatamente as atividades desse grupo e conseguir com que esses capangas sejam exonerados urgentemente, uma vez que até agora, apesar de todo esse escândalo, o prefeito continua achando tudo normal e nada fez para acabar com essa organização criminosa que se instalou na prefeitura", afirmou Messina.

Na peça, o advogado justifica a ação afirmando que os funcionários envolvidos estavam em “flagrante desvio de função” e atuavam “como capangas” em “atos orquestrados por uma verdadeira organização criminosa”. O texto chama a atenção ainda para o fato de haver uma cadeia de comando e várias instâncias hierárquicas, “envolvendo desde assessores do gabinete do prefeito e secretário municipais até os truculentos agentes que intimidavam e ameaçavam cidadãos de jornalistas”.

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Procurada, a Prefeitura do Rio não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Impeachment

Nesta quinta-feira, a Câmara de Vereadores votará a abertura do processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella. Depois de parecer favorável da procuradoria da Casa, o presidente Jorge Felippe (DEM) decidiu levar ao plenário dois pedidos apresentados, também em função da suposta prática de crimes pela criação do grupo "Guardiões de Crivella".

Além do pedido de afastamento, também foi protocolada no Legislativo municipal a instalação de uma CPI para apurar as denúncias, depois das 17 assinaturas necessárias.

O pedido inicial de impeachment foi feito pela bancada do PSOL e pela deputada estadual Renata Souza, pré-candidata à prefeitura do Rio, e ganhará anexo de outra solicitação feita pelo vereador Atila Nunes (DEM). A vereadora Teresa Bergher (Cidadania) foi quem conseguiu as assinaturas para CPI.

Crivella vai enfrentar duas outras iniciativas: o vereador Fernando William, líder do PDT, anunciou que ingressará com ação popular na Justiça. E Paulo Pinheiro (PSOL) encaminhou representação ao Ministério Público do estado.

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