O Greenpeace rebateu os ataques do presidente Jair Bolsonaro que, nesta quinta-feira, comparou a atuação das organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia a um "câncer" que não conseguiu matar.
Para o Greenpeace, o presidente age contra o povo e o patrimônio dos brasileiros e sua fala demonstra que não está disposto a evitar a destruição da floresta.
A ONG lembrou ainda que números oficiais de órgãos do próprio governo federal indicam aumento no desmatamento e das queimadas desde que o presidente chegou ao Planallto em 2018.
Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o desmatamento na Floresta Amazônica cresceu 33% entre agosto de 2019 e julho de 2020 em comparação com o mesmo período entre 2018 e 2019.
"Os dados dos satélites mostram quem é o verdadeiro câncer da floresta", diz o Greenpeace.
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Campanhas internacionais têm denunciado os crimes ambientais na Amazônia, desmatamentos e queimadas, o que tem irritado o presidente.
Desde que assumiu o governo, Bolsonaro já fez uma série de críticas as ONGs e chegou a dizer que elas podem estar por trás das queimadas na Amazônia.
Em live nesta quinta-feira, Bolsonaro subiu o tom nas declarações e usou o termo "canalhas". O presidente afirmou ainda que a floresta é úmida e não queima no seu interior, mas apenas no cinturão ao redor. E voltou a dizer que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. Apesar disso, Bolsonaro não apresentou nenhum dado que comprove essas afirmações.
-Você que está numa 'ongzinha' aí pegando grana de fora. Vocês sabem que as ONGs não têm vez comigo. A gente bota para quebrar em cima desse pessoal. Não consigo matar esse câncer em grande parte chamado ONG que tem na Amazônia-, disse Bolsonaro em transmissão pelas redes sociais.
O Greenpeace se referiu ao tom da fala do presidente como "violenta e inaceitável" e disse que as declarações de Bolsonaro revelam que "não está à altura da responsabilidade do cargo que ocupa".
"Enquanto busca culpar terceiros pelo estrago da sua própria política, a floresta queima e a imagem brasileira se desintegra internacionalmente. Bolsonaro pode tentar, mas não conseguirá matar a esperança dos brasileiros que lutam em defesa da vida e da floresta em pé", afirma o Greenpeace.