O inquérito da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que apura se ocupantes de cargos de confiança da Prefeitura do Rio cometeram ou não crimes de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, associação criminosa e de advocacia administrativa, vai ganhar mais capítulos.
Nesta quarta-feira (02), a Polícia Civil confirmou que a especializada convocou novos nomes que irão para prestar depoimento na investigação sobre um esquema armado para atrapalhar o trabalho de jornalistas na porta de hospitais do Rio.
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O objetivo era o de evitar que a população fosse informada sobre falhas na área da saúde do município.
As datas, os horários e os nomes de quem foi convidado a depor não foram divulgados. Até agora, três funcionários suspeitos de fazer parte do esquema já foram ouvidos pela polícia nesta terça-feira. Entre eles está Marcos Paulo de Oliveira Luciano, o ML.
Citado por uma testemunha ouvida pelo RJTV como chefe de um grupo de assessores pagos para evitar o trabalho de repórteres na porta de hospitais, ML já foi ouvido numa Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI), instaurada pela Câmara de Vereadores do Rio, em 2018. Na ocasião, os parlamentares apuravam se o prefeito Marcelo Crivella promoveu reuniões para furar a fila do Sistema de Centrais de Regulação(Sisreg) , ao mencionar a realização um mutirão de cirurgias de catarata.
Conhecida como a CPI da Márcia, a investigação da Casa Legislativa acabou não dando em nada. Ao ser ouvido, Marcos confirmou ter estado no encontro com Crivella, mas negou ter acontecido pedidos para que a fila do Sisreg fosse furada.
De acordo com o RJTV, Marcos Luciano é assessor especial do gabinete do prefeito Crivella, desde julho de 2017. Recentemente seu salário passou de R$ 10,5 mil para R$ 18 mil . De acordo com o portal G1, Marcos Luciano era quem dava ordens num dos grupos de conversa de assessores, encarregados de evitar o trabalho de repórteres na porta de hospitais.
Nesta terça-feira, policiais da Draco cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Marcos. Foram apreendidos, entre outras coisas, R$ 10 mil e um telefone.