O DEM e o MDB devem deixar em breve o bloco de partidos liderados por Arthur Lira (AL), líder do PP, na Câmara dos Deputados . O grupo irá encolher de 221 para 158 deputados federais com a movimentação. Lira vem atuando como líder informal do governo no Congresso nos últimos meses.
O bloco nunca teve uma atuação política conjunta. Na semana passada, porém, Arthur Lira usou o grupo de partidos para pedir o adiamento da votação do Fundeb (Fundo de Educação Básica), posição naquele momento defendida pelo governo. Foi criticado por outros líderes do bloco por isso, já que nem todos eram a favor do adiamento.
Os partidos de centro no Congresso se dividiram na Câmara dos Deputados após PP, PL, PSD e Republicanos se aproximarem do governo de Jair Bolsonaro , segundo informações do GLOBO . Partidos como DEM, MDB, PSDB, Podemos e Cidadania estão mais próximos de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, do que do grupo de Arthur Lira.
"Neste momento, foi questão regimental mesmo. Posicionamento de bancada quanto a requerimentos, urgências, destaques, reposicionar a autonomia da bancada do DEM" diz Efraim Filho (PB), líder do DEM.
Em rede social, Lira disse que é natural que o bloco se desfaça, porque foi composto para ganhar espaço na Comissão de Orçamento (CMO). Outros partidos, como o Republicanos, já haviam deixado o bloco antes. Quando foi criado, em fevereiro deste ano, ele agrupava 351 deputados.
"O bloco de partidos que é chamado de centrão tem como objetivo manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país", escreveu Lira. "O chamado bloco do centrão foi criado para formar a comissão de orçamento. Não existe o bloco do Arthur Lira. O bloco foi formado para votar o orçamento e é natural que se desfaça. Ele deveria ter sido desfeito em março, o que não aconteceu por conta da pandemia."