Fora da agenda oficial, o presidente Jair Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto na tarde desta quinta-feira para se reunir com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, cotado para ser ministro da pasta que criada após desmembramento do atual Ministério da Justiça.
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Torres, que é delegado da Polícia Federal,
publicou no Twitter uma foto ao lado do presidente e disse ter recebido Bolsonaro para conversar e tratar de "assuntos locais com relação à segurança pública". Um dos assuntos foi a realização de protestos nas ruas de Brasília.
No início da semana, o presidente recomendou a apoiadores que não façam uma manifestação no próximo domingo, para evitar um conflito com opositores, que também marcaram um protesto na mesma data.
Bolsonaro
deixou a sede do governo federal por volta das 14h15 e saiu da secretaria cerca de uma hora e meia depois. Antes de encontrar Torres, que não esperava a visita, ele passou no Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF).
Na terça-feira, ele afirmou que estuda recriar o Ministério da Segurança Pública, que seria responsável pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Rodoviária Federal
(PRF), entre outros órgãos.
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Na ocasião, Bolsonaro disse que esse é um desejo da Frente Parlamentar da Segurança Pública
e que poderia conversar com o presidente da frente, o deputado federal Capitão Augusto
(PL-SP).
"Existe a possibilidade. A tal da bancada de segurança tem essa intenção. Talvez eu converse com o Capitão Augusto essa semana. Se a gente decidir voltar, eu vou dar o nome do ministro antes de começar a tramitar o projeto para a gente evitar especulações. Tem que ser alguém que entenda o assunto, realmente, para ser ministro da Segurança Pública", disse o presidente.
A possibilidade de desmembramento já havia sido confirmada por ele no dia 7 do mês passado. Ele disse que já conversou com o chefe da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça,
que teria concordado com a medida caso seja necessária. O presidente preferiu não prever prazo para isso acontecer.
"Pode acontecer. Não está prevista ainda, tem muita coisa pela frente, não vou entrar em embate de divisão agora — disse ao chegar ao Palácio da Alvorada no fim da tarde — Já conversei com André [Mendonça, ministro da Justiça], se tiver lá na frente, não digo pressão, mas uma necessidade, o que você acha? Ele disse que sem problema", complementou
Perguntado se o ex-deputado federal Alberto Fraga
(DEM-DF) pode assumir a pasta da Segurança Pública em caso de divisão, Bolsonaro disse que sim.
"No futuro, quem sabe. É meu amigo desde 1982", afirmou.
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O jornal revelou em dezembro passado que o presidente desejava recriar a pasta e entregar o ministério para Fraga. Bolsonaro
negou na ocasião, mas em janeiro admitiu a ideia, o que provocou reação com o então ministro Sergio Moro.