Os sites onde as propagandas do governo federal foram veiculadas por meio da plataforma Adsense do Google foram definidos por algorítimos e pessoas, segundo a empresa de tecnologia.
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Depois de ter sido citado pelo chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, Fabio Wajngarten, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (3), o Google se posicionou e confirmou que o cliente, quando usa a plataforma Adsense não tem controle
sobre todos os sites que aquela propaganda pode aparecer.
Wajngarten disse durante a coletiva que a "Secom não será usada" e que não escolheu locais que divulgam fake news
. O chefe da Secom afirmou que as informações que o governo federal publicou 653.378 anúncios em 47 canais de notícias falsas, divulgadas no relatório da CPMI das Fake News não são verdadeiras.
Wajngarten explicou que a campanha publicitária citada pelo relatório foi feita pela plataforma Google Adsense , onde o cliente não direciona a propaganda para sites específicos e sim para perfis de leitores.
Segundo o Google, caso o cliente não aprove um site onde o material está sendo veiculado, pode pedir para que ele seja retirado e também que oferece relatórios "em tempo real".
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"Entendemos que os anunciantes podem não desejar seus anúncios atrelados a determinados conteúdos, mesmo quando eles não violam nossas políticas, e nossas plataformas oferecem controles robustos
que permitem o bloqueio de categorias de assuntos e sites específicos, além de gerarem relatórios em tempo real sobre onde os anúncios foram exibidos
", diz a empresa de tecnologia por nota.
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Durante a coletiva, o chefe da Secom também criticou a imprensa que divulgou a informação que o governo teria anunciado em sites de notícias falsas.
Sobre fake news, o Google não tem uma política definida sobre o tema. "Temos políticas contra conteúdo enganoso em nossas plataformas e trabalhamos para destacar conteúdo de fontes confiáveis. Agimos rapidamente quando identificamos ou recebemos denúncia de que um site ou vídeo viola nossas políticas", diz a nota da empresa.
Conteúdo enganoso, para o Google, segundo sua página de suporte , está relacionado a informações mentirosas , como "'curas milagrosas'" para doenças; produtos ou programas para grande perda de peso", ou "fazer afirmações comprovadamente falsas e prejudicar de forma significativa a participação ou a confiança no processo eleitoral ou democrático", entre outros pontos.
O Google também informou que em 2019 encerrou "mais de 1,2 milhão de contas de publishers e retiramos anúncios de mais de 21 milhões de páginas, que faziam parte de nossa rede, por violação de políticas".