O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que o governo poderá participar da escolha do novo presidente da Câmara, em 2021. Para ele, " seria justo o Poder Executivo" se envolver na eleição . O mandato do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai até janeiro de 2021.
A declaração foi dada numa entrevista gravada com organizadores do congresso online do Movimento Brasil Conservador (MBC) e disponibilizada na última segunda-feira no site do evento. Além do filho do presidente, participaram alguns dos investigados no inquérito das fake news, que apura disseminação de notícias falsas e ataques virtuais, como os deputados Daniel Silveira (PSL-RJ) e Filipe Barros (PSL-PR). Eduardo foi questionado se o governo federal tem algum nome da base aliada para indicar à presidência da Câmara
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"O presidente não participou ativamente dessa eleição em que foi eleito o Rodrigo Maia. Eu acredito que atualmente já ocorreu a maturidade para que você seja necessária não uma interferência, mas a participação do governo ", afirmou Eduardo.
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O parlamentar disse que ainda não existe um nome que a base aliada do governo Bolsonaro gostaria de lançar, mas que gostaria de ver candidatos como Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP) ou Bia Kicis (PSL-DF), da ala do PSL bolsonarista.
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"Várias das pautas dos nossos representados passam pelo Poder Executivo. Então acho que seria justo o Poder Executivo também participar da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Se existe um nome? Olha, alguns nomes estão ventilando.Pô, se pudesse colocar alguém ali como o Príncipe, a Bia (Kicis), alguém com essa linha, seria sensacional", declarou.
Ele fez uma ressalva, no entanto. Eduardo afirmou que "isso não signifique que não haverá um segundo turno", isto é, a base aliada do governo tenha que escolher o nome "menos pior". Segundo ele, " contra a esquerda a gente vota em qualquer um ". O parlamentar não descartou que alguém do centrão, grupo ao qual seu pai se aliou em troca de cargos no governo, tenha apoio dos bolsonaristas.
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O presidente Jair Bolsonaro vem contrariando a promessa de campanha de não fazer alianças com parlamentares do centrão. Na última segunda-feira, ele nomeou mais um indicado pelo grupo para compor o governo.
O chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI), Marcelo Lopes da Ponte, vai assumir a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que tem orçamento de R$ 54 bilhões. A nomeação foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto. Antes, o governo já havia nomeado indicados pelo PL, do ex-deputado Valdemar Costa Neto, e do PSD.
Além do FNDE, a Diretoria de Ações do Fundo, a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano do Ministério do Desenvolvimento Regional e a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) foram entregues ao centrão.