Em fevereiro, Moro foi padrinho de casamento de Zambelli e fez discurso em cerimônia
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Em fevereiro, Moro foi padrinho de casamento de Zambelli e fez discurso em cerimônia

Em depoimento sobre as supostas interferências do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que se ofereceu a Sergio Moro para trabalhar seu nome a uma eventual indicação a vaga no Supremo Tribunal Federal ( STF ), mas disse que não chegou a conversar com o presidente sobre essa indicação. Disse ainda que o presidente tinha desconfianças com Moro pelo fato de ele ser "desarmamentista", indo contra uma das principais bandeiras eleitorais de Bolsonaro.

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Mensagens do celular do ex-ministro da Justiça reveladas pelo "Jornal Nacional" mostraram que Zambelli pediu a Moro para aceitar a demissão do então diretor-geral da PF Maurício Valeixo, pessoa de sua confiança, em troca de uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Zambelli afirmou no depoimento que a proposta foi para "incentivar" Moro a permanecer no Ministério da Justiça.

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"Poderia trabalhar junto ao presidente Jair Bolsonaro no sentido de o ex-ministro Sergio Moro vir a ocupar a futura vaga, com a vaga decorrente da aposentadoria próxima do ministro Celso de Mello", afirmou. "Não chegou a ter qualquer conversa com o presidente Jair Bolsonaro no sentido de o ex-ministro Sergio Moro aceitar a substituição da direção da Polícia Federal, tendo como contrapartida a vaga no STF", disse a deputada.

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Zambelli relata que, no início da gestão, chegou a sugerir a Sergio Moro que usasse uma lista tríplice de votação interna dos delegados para fazer a escolha do diretor-geral da PF. A mais votada da lista era a delegada Érika Marena, que acabou sendo indicada por Moro para outra vaga no Ministério da Justiça. Segundo Zambelli, na ocasião o então ministro da Justiça respondeu que tinha "confiança" em Valeixo para o cargo.

A deputada também afirmou que houve um estremecimento da relação de Bolsonaro com Moro e, por consequência, uma perda de confiança no nome de Valeixo pelo fato de Moro ser considerado "desarmamentista" pelo presidente e a Polícia Federal ter a atribuição de cuidar da emissão de registros de armas.

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