Líderes no Congresso classificaram como graves as provas apresentadas pelo agora ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, mas dizem que a discussão de um processo de impeachment depende de o "povo pedir". A chamada voz das ruas, lembram, foi determinante para que a petista Dilma Rousseff (PT) fosse deposta do cargo.
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Sem manifestações e, diante da imprevisibilidade dos próximos capítulos da crise, líderes adotam o tom de cautela e dizem que o momento não é o de colocar “lenha na fogueira”.
Pesa também o fato de que, politicamente menor, Bolsonaro poderá ser forçado a ceder mais aos desejos do Congresso. Nesse cenário, o presidente, admitem parlamentares, fica refém do Parlamento — seja na própria pauta Legislativa ou na distribuição de cargos. Ou seja, ele será forçado a estabelecer outra forma de relacionado com o deputados e senadores, o que inclui também o arrefecimento dos ataques de sua tropa nas redes sociais.
Em conversas durante toda a sexta-feira (24), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não se posicionaria publicamente sobre o episódio envolvendo Moro . Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, também optou pelo silêncio.
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Responsável por decidir se abre um processo de impeachment de Bolsonaro , Maia, segundo aliados, não tem nada a ganhar ao se pronunciar neste momento em que sua relação com o Palácio do Planalto está desgastada. O silêncio proposital foi incentivado por seus pares na Câmara.
Parlamentares também dizem que, assim como acontece no Judiciário, o agora ex-ministro Sergio Moro também não encontra guarida no Legislativo. Políticos experientes dizem que, no fim das contas, a falta de traquejo político do ex-juiz acabou beneficiando Bolsonaro neste primeiro momento.
Apesar de ter uma base de apoio considerável tanto na Câmara quanto no Senado, o ex-juiz da Lava Jato colheu mais derrotas do que vitórias no Parlamento. No fim do ano passado, por exemplo, o Legislativo aprovou uma versão desidratada do pacote anticrime , grande projeto enviado pelo então ministro.
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Deputados e senadores deixaram de fora do texto algumas das principais bandeiras do ex-juiz da Lava Jato, como o excludente de ilicitude , a prisão em segunda instância e o acordo de "plea bargain". E aprovaram o juiz de garantias, proposta sancionada por Bolsonaro que contrariava Moro.