Presidente virou alvo de partidos de esquerda e direita por afirmações de Moro
Isac Nóbrega/PR
Presidente virou alvo de partidos de esquerda e direita por afirmações de Moro

Com a demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça na manhã desta sexta-feira (24) e a declaração feita pelo ex-juiz de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir na atuação da Polícia Federal, partidos de esquerda e direita se posicionaram atacando Bolsonaro .

O PT , principal partido da oposição, ressaltou que Moro denunciou em seu discurso crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente. O partido, por meio da presidente nacional Gleisi Hoffmann e outros nomes como o ex-presidenciável Fernando Haddad , defendeu a saída de Bolsonaro, por meio de renúncia ou impeachment.

Da mesma forma, PSOL e PDT também cobraram que o presidente seja responsabilizado pelos atos denunciados por Moro. “Caiu o castelo da hipocrisia”, afirmou Carlos Lupi, presidente nacional do PDT. O partido afirmou que entrou com pedido de impeachment de Bolsonaro. O PSOL teceu duras críticas a Moro e cobrou a PGR pela investigação das interferências de Bolsonaro na PF, além de convocar um panelaço para a tarde desta sexta, quando o presidente fará uma entrevista coletiva.

O PSL , partido ao qual Bolsonaro era filiado quando venceu as eleições presidenciais de 2018, foi mais uma legenda a questionar a atuação do presidente. O partido usou o Twitter para se distanciar da imagem do presidente, que deixou a legenda em meio a uma crise no fim de 2019. “(Bolsonaro) não só contraria suas promessas de campanha, mas incorre num conjunto de crimes de responsabilidade, inclusive o de obstrução de justiça”. 

O PSDB , que em outros momentos foi cobrado por não deixar claro se integraria a base de apoio do presidente ou a oposição, afirmou que “o Brasil perde com a saída de Sergio Moro”. “A verdade é que a PF conduz investigações que incomodavam a família Bolsonaro – sobre ameaças à democracia. Tanto o diretor-geral como Moro caíram por conduzirem o trabalho de maneira republicana”, posicionou-se o partido em seu perfil oficial no Twitter.

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Além de fazer elogios a Moro, o PSDB reproduziu frases de alguns de seus políticos, como o governador de São Paulo, João Doria, que afirmou que o País tem que enfrentar dois vírus , referindo-se a Bolsonaro. A sigla ainda questionou: “A pergunta que não cala: o comando da Polícia Federal é agora do filho do presidente da República, Carlos Bolsonaro ?”.

Diferente dos anteriores, MDB e DEM não se posicionaram de maneira contundente após a saída de Sergio Moro. O MDB escreveu que “em 54 anos de história, o MDB viveu crises piores que esta. Jamais privilegiou pessoas. Se ancorou nas instituições e no Estado Democrático de Direito. A Constituição nos dá caminhos, o MDB não se omitirá em apresentar soluções e alternativas”. No Twitter, o partido também compartilhou uma postagem do presidente nacional, Baleia Rossi, que afirmou que “qualquer demissão agora é ruim”.

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O Democratas , por sua vez, apenas compartilhou publicações do presidente nacional do partido e prefeito de Salvador, ACM Neto, que ressaltou o trabalho realizado por Moro no Ministério da Justiça, em especial em relação ao combate à corrupção. Ambos do DEM, os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, não se manifestaram sobre o assunto.

Esta semana, Bolsonaro se reuniu com líderes do chamado centrão, do qual fazem parte MDB e DEM em uma tentativa de angariar apoio. 

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