Recém-demitido do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta vai assumir um cargo de conselheiro nacional no Democratas , partido ao qual é filiado. A informação é do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), responsável pela indicação de Mandetta ao Ministério da Saúde no passado quando ainda era aliado do presidente Jair Bolsonaro .
Caiado diz ter havido um acordo para abrigar Mandetta na legenda. Assim, o ex-ministro não participará de governos estaduais e tentará evitar interpretações de que teria usado o Ministério para ajudar aliados. Além do governador Goiás, o de São Paulo, João Doria (PSDB), tinha demonstrado interesse em trabalhar com Mandetta.
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Hoje rompido com Bolsonaro, Caiado evitou criticar a decisão do presidente de demitir Mandetta em meio à pandemia do novo coronavírus, mas enfatizou que Mandetta deixou um legado "ao conseguir achatar a curva do avanço do vírus" e disse esperar que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, dê continuidade ao trabalho do afilhado.
"Espero que novo ministro tenha mesma sensibilidade e que tenha sucesso sabendo que essa luta ainda tem muitas etapas pela frente", afirmou o governador.
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Caiado afirmou que os números de infectados por Covid-19 foram achatados por medidas de contenção do Ministério da Saúde e dos governadores.
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"Diante de uma pandemia que ninguém sabia como enfrentar, Mandetta entrega o Brasil hoje com resultados superiores a todos os outros países muito mais desenvolvidos que o nosso. As vezes as pessoas não entendem bem, mas ao achatar a curva, que para alguns virou o problema, ele conseguiu a salvação de milhares de brasileiros."
Caiado estava ao lado de Mandetta no último domingo quando o então ministro deu entrevista ao Fantástico, da Globo, de dentro do Palácio das Esmeraldas. Na ocasião, as declarações de Mandetta incomodaram o presidente e provocaram uma perda de apoio no grupo que tentava mantê-lo a frente do governo: a ala militar do Planalto.