A defesa do ex-governador Sérgio Cabral, preso na operação Lava Jato, citou a pandemia do coronavírus no pedido enviado ao Tribunal de Justiça do Rio e à Justiça Federal nesta terça-feira em que solicita que ele deixe o presídio de Bangu 8 e cumpra medidas cautelares. O documento, assinado pelo advogado Márcio Delambert, foi enviado ao desembargador Elton Leme, responsável pela ação em que Cabral é réu junto com o ex-procurador de Justiça Claudio Lopes e ao plantão da Justiça Federal, onde o ex-governador tem outras ordens de prisão.
Leia também: Bolsonaro chama pandemia de "histeria" e critica medidas de isolamento
O Covid-19 também foi citado no pedido de outro cliente de Delambert, o ex-deputado estadual Edson Albertassi, também preso na Lava Jato . O advogado solicita que ele, que já está autorizado a progredir para o regime semiaberto, vá para o regime domiciliar para evitar se infectado com o vírus.
Nos pedidos, o advogado cita recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgada nesta terça-feira (17) para a adoção de algumas medidas em relação aos presos preventivos.
"O acusado está preso preventivamente por ordem deste juízo, num ambiente carcerário caótico além de se avizinhar uma crise sanitária de grandes proporções pela infecção generalizada causada pelo coronavírus (COVID-19)", escreveu o advogado.
Você viu?
Leia também: Em vídeo, médico diz que coronavírus não é letal porque "Deus não quis"
Além de citar o bom comportamento de Sérgio Cabral na prisão e o estado caótico do sistema prisional brasileiro, em especial o do Rio de Janeiro", Delambert cita que o ex-governador tem colaborado com a Justiça e teve seu acordo de delação homologado em fevereiro pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado cita ainda o risco de rebeliões, como a que aconteceu em Mongaguá, em São Paulo.
"Como senão bastasse, há risco concreto a integridade física do ora acusado, diante de um sistema carcerário já em colapso, agora com o acréscimo da inevitável chegada do coronavírus nas cadeias, o que certamente vai estimular igualmente rebeliões das facções, fato este já verificado no município de Mongaguá, no estado de São Paulo", escreve Delambert no pedido de Cabral.
Leia também: Pelo menos 19 idosos morrem com novo coronavírus em casa de repouso na Espanha
Cabral está preso desde novembro de 2016 e está condenado a mais de 282 anos. Edosn Albertassi , por sua vez, foi preso em novembro de 2017 e foi condenado a 13 anos e 4 meses. Ele foi autorizado no mês progredir para o semiaberto no mês passado. Ambos foram presos na operação Lava Jato .