Convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o comando do ministério da Casa Civil no de Onyx Lorenzoni nesta quarta-feira (12) , o general Walter Souza Braga Netto é dono de um perfil moderado e, se comparado aos seus demais colegas militares, costuma ser discreto e evita entrar em polêmicas. Apesar de preferir ficar longe dos holofotes, um de seus últimos trabalhos deu visibilidade pouco comum à sua figura. Em 2018, ele foi escolhido pelo então presidente Michel Temer para comandar a intervenção militar federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Hoje Chefe do Estado-Maior do Exército, Braga Netto, 62, nasceu em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e começou sua carreira militar em 1975, quando ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras. Enquanto estudava, foi declarado aspirante a oficial e, já em 1979, foi promovido a 2º Tenente, passando para 1º Tenente no seguinte. Em 1984, atingiu a patente de Capitão.
Descrito como respeitoso, bem humorado e afável, mas sem perder a rigidez de um militar típico, o general também já teve experiências internacionais, atuando como observador militar das Nações Unidas no Timor Leste e adido na Polônia e nos Estados Unidos,de onde trouxe a tradição dos militares norte-americanos de trocar e colecionar medalhas. Segundo informações publicadas no Portal do Ministério da Defesa, ele possui 23 condecorações nacionais e quatro estrangeiras.
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Após se tornar general, em 2016, foi um dos responsáveis pelo esquema de segurança nas Olimpíadas, no cargo de coordenador-geral da Assessoria Especial para os Jogos do Comando Militar Leste (CML).
Antes de ser nomeado por Temer como interventor no Rio de Janeiro, Braga Netto já dava sinais que tinha perfil "linha dura". Durante uma palestra em agosto de 2017 no Centro Cultural Justiça Federal, o militar afirmou que as operações de Garantia de Lei e Ordem (GLO) têm alguma eficácia, mas um alto custo financeiro, social, logístico e até mesmo psicológico para as Forças Armadas.
Na ocasião, ele também disse que tais medidas seriam desnecessárias se os Estados tivessem políticas de segurança pública mais eficientes e que via "com reservas" o uso de tropas. Apesar da ressalva, ele garantiu que o Exército sempre esteve pronto para cumprir seu dever em situações de emergência.