O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC-RJ) se referiu ao presidente Jair Bolsonaro como "esse sujeito" para chamá-lo de "irresponsável", em um grupo de Whatsapp de governadores. A informação foi publicada pela coluna 'Painel' do jornal Folha de São Paulo nesta quinta-feira. O contexto é o desafio que Bolsonaro lançou ontem de que governadores zerassem o ICMS sobre combustíveis. 

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Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC)
Tomaz Silva/Agência Brasil
Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC)


O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu publicamente o "desafio" feito pelo presidente. O tucano chamou de "populista e pouco responsável" a atitude do chefe do Planalto de cobrar dos Estados a redução do ICMS sobre o produto.

Mais cedo, Bolsonaro voltou a responsabilizar os Estados pela alta do preço nos combustíveis. "Eu zero o (imposto) federal, se zerar ICMS. Está feito o desafio aqui. Eu zero o (imposto) federal hoje e eles (governadores) zeram ICMS. Se topar, eu aceito", afirmou. O comentário foi uma reação a críticas de governadores sobre a intenção do governo federal de alterar a forma de cobrança do imposto sobre a gasolina e o diesel.

Na sequência, após reuniões com senadores do PSDB em Brasília, Doria devolveu. "A bravata me lembra populismo, e o populismo me lembra algo ruim para o Brasil", disse o tucano, afirmando que os governadores poderiam ter sido chamados para um diálogo com Bolsonaro, mas não foram.

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Para Doria , o presidente da República não pode "jogar no colo" dos governadores a responsabilidade, pois a União tem incidência maior no preço dos combustíveis. "A imposição aos governadores dos Estados brasileiros do que cabe a eles, a responsabilidade na redução do ICMS e consequentemente do preço dos combustíveis, é uma atitude populista e ao meu ver pouco responsável." 

O preço dos combustíveis marca mais uma disputa de discursos entre Jair Bolsonaro e João Doria, possíveis adversários na disputa presidencial de 2022.  "Entendimento se faz em reunião, agrupando, não se faz por WhatsApp. Eu não conheço governo por WhatsApp", provocou o governador.

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