A passagem do presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira em São Paulo expôs mais uma vez o distanciamento político entre ele e o governador João Doria (PSDB). O tucano foi convidado na semana passada para a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do colégio militar do Exército na capital paulista, mas não compareceu.
Durante o evento presidencial Doria estava na sede do governo estadual. O governador tinha agendado uma viagem ao interior do estado durante a visita do presidente, mas ela foi cancelada por causa do mau tempo.
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O projeto de revitalização da área do aeroporto Campo de Marte é uma bandeira de Doria . Na primeira reunião que o governador teve com Bolsonaro em Brasília, em janeiro de 2019, o assunto foi um dos levados por ele ao novo presidente. O tucano quer a desativação do aeroporto e a implantação de um parque no local.
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A construção do colégio militar é um primeiro passo para a mudança de uso do espaço.O governador foi representado no evento com o presidente pelo secretário da Segurança Pública, general João Camilo Campos, e o comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo Vieira Salles.
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A parceria política entre Doria e Bolsonaro durou apenas alguns meses em 2019, após o fenômeno " Bolsodoria " nas urnas.O afastamento começou após alguns desentendimentos pontuais. Depois a desconfiança mútua cresceu em relação às aspirações eleitorais de cada um.
Os dois já demonstraram interesse em disputar a eleição presidencial de 2022. Sem Doria, Bolsonaro aproximou-se de outro político paulista, Paulo Skaf(MDB), presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Nesta segunda-feira, os dois trocaram manifestações de apoio em público.Outra ausência tucana foi a do prefeito Bruno Covas. Ele tem evitado eventos públicos por causa do tratamento de um câncer.
A prefeitura de São Paulo é parceira do governo federal no projeto de revitalização do Campo de Marte, liderado por Doria quando era prefeito. Ele foi representado pelo secretário municipal de Justiça, Rubens Rizek.