Bolsonaro
Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (7) que irá conversar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para decidir o que fazer após o Irã pedir explicações à diplomacia brasileira sobre o posicionamento do Brasil frente aos acontecimentos, no Iraque, que culminaram com a morte do general iraniano Qassem Soleimani. Bolsonaro reafirmou repúdio ao terrorismo "em qualquer lugar do mundo" e disse que pretende manter comércio com o país persa.

Leia também: Pompeo defende ataque que matou general e garante: "EUA farão Irã se comportar"

"Estou aguardando o que haverá após essa convocação aí. Nós repudiamos terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final", disse Bolsonaro , ao deixar o Palácio da Alvorada.

Como reação ao episódio, o Itamaraty divulgou uma nota, na última sexta-feira, respaldando indiretamente o assassinato do militar pelos Estados Unidos. O órgão condenou várias vezes o terrorismo e, sem citar nomes, usou uma linguagem diplomática para demonstrar que, para o governo brasileiro, o general iraniano e a própria Guarda Revolucionária poderiam ser classificados como terroristas.

Como o embaixador do Brasil naquele país, Rodrigo Azeredo, está de férias, a encarregada de negócios da embaixada, Maria Cristina Lopes, representou o governo brasileiro na reunião no Ministério das Relações Exteriores iraniano . O encontro foi confirmado pelo Itamaraty, mas o teor da conversa não foi revelado.

Você viu?

Ao ser questionado novamente sobre o assunto, o presidente disse que antes de comentar irá conversar com Ernesto: "o  Ernesto está fora do Brasil . Chegando aqui, vou conversar com ele. Eu costumo não conversar sobre certos assuntos sem antes ouvir o respectivo ministro".

Leia também: Iranianos torcem por 'resposta diplomática' aos EUA: "guerra seria um suicídio"

Sobre a possibilidade do Brasil tomar atitude semelhante com o Irã, respondeu: "temos comércio com Irã e vamos continuar nesse comércio".

Bolsonaro não revelou detalhes da conversa da encarregada de negócios com a chancelaria iraniana: "se tivesse recebido, não ia falar, com todo respeito a você. Tem certas coisas que eu não posso falar, que a imprensa atrapalha. Eu não posso ter uma agenda aberta. Eu decido questões de interesse nacional que, se eu tornar público, interfere na Bolsa, por exemplo. Me reservo o direito de estadista, de presidente do Brasil, de não discutir esse assunto. Eu quero saber uma coisa. O Irã adotou alguma medida contra nós? Eu acho que não", afirmou.

Leia também: Irã considera 13 'cenários de vingança' contra EUA após morte de general

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!