Um dia depois de o Ministério Público do Rio deflagrar operação contra o senador Flávio Bolsonaro
e seus ex-assessores, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), disse nesta quinta-feira que o primogênito do presidente Jair Bolsonaro tem "muito respeito no Parlamento". Ele disse ainda acreditar que a investigação não será usada no Congresso para prejudicar ou enfraquecer o governo.
Rodrigo Maia, que se encontrou com Bolsonaro
na quarta, na sequência da operação, disse não ter falado desse assunto com o presidente. "Não sei se precisa saber a minha opinião sobre esse assunto. Se dá muita publicidade a isso, está no início da investigação. Está se criminalizando a pessoa sem dar direito a defesa. Algumas coisas muito exageradas. Não cabe a mim ficar analisando", declarou, em café da manhã com jornalistas na residência oficial da Câmara.
"O Flavio tem muito respeito no Parlamento. Dos três irmãos, é o mais tranquilo, sempre teve um bom diálogo. O Parlamento não vai utilizar desse assunto para enfraquecer ou prejudicar o governo. Se for intenção de parte do parlamento de enfraquecer o governo vai ser nas matérias que serão votadas", complementou Maia.
Para ele, é possível derrotar o governo ao derrubar vetos, por exemplo, mas sem entrar "nessa seara da família do presidente para desgastar o governo". "Acho que não tem espaço na Câmara nem no Senado", concluiu.
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Fundo eleitoral
Rodrigo Maia também comentou o possível veto de Bolsonaro ao novo fundo eleitoral . O presidente da Câmara disse considerar "interessante" a sinalização do presidente de que a tendência é vetar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões, que consta no Orçamento de 2020, aprovado na terça pelo Congresso. "Se ele vai vetar sua própria proposta, é uma decisão dele", declarou Maia.
O presidente da Câmara frisou ainda que o veto a projetos aprovados no Congresso é um direito do presidente da República e disse concordar com o valor aprovado, muito próximo, segundo ele, do fundo de R$ 1,7 bilhão da eleição passada.
Nesta manhã, Bolsonaro disse que procura uma "brecha" para o veto porque esse valor foi proposto pelo próprio governo, mesmo que contra a sua vontade.