O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), afirmou que o governo de Jair Bolsonaro “faz muito barulho contra si próprio. Ele vive da instabilidade”, em entrevista ao site UOL e ao jornal Folha de S. Paulo, nesta segunda (21).
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“Não há política organizada em torno de ideias. Há uma confusão generalizada que ganha repercussão nos meios de comunicação”, diz. Segundo ele, Bolsonaro não toma providências sobre a situação, em vez disso, acusa ONGs, Papa e Venezuela.
Para Haddad, a direita foi aniquilada durante o processo eleitoral e teria surgido uma pessoa sem projeto, com visões incongruentes. Mas o professor da USP e ex-prefeito, enxerga nas avaliações do governo, que há “muita gente acordando e percebendo que estamos em dificuldades, que temos um desgoverno”.
Na visão do segundo colocado nas últimas eleições presidenciais, Bolsonaro dialoga com "minorias apaixonadas", “pessoas que não têm apreço à democracia” e que “gostariam de ver o país submetido a uma nova ditadura”.
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Também, segundo Haddad, Bolsonaro teria uma base de apoio fundamentalista, um grupo que concorda com a democracia, mas deseja um estado teocrático, “com valores religiosos em tudo”.
No governo, haveria um " quarteto fantástico fundamentalista ", de acordo com Haddad. Do qual fariam parte os ministros Damares Alves (Mulher e Direitos Humanos), Abraham Weintraub (Educação), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).
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Haddad também enxerga no ministro da Justiça Sergio Moro e nos militares um grupo de amantes do mercado, “gente que não tem nenhum apreço pela democracia, e quer saída autoritárias para crise”.