A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves , conseguiu uma façanha neste sábado. Apesar da enorme concorrência com celebridades da direita na conferência conservadora CPAC Brasil, foi seu fervoroso discurso que levou o já empolgado público à euforia.
Entre aplausos frequentes, Damares comparou a esquerda ao diabo, rebateu a fala de um arcebispo em sermão na missa de Aparecida neste sábado e insuflou a direita a se organizar contra o "mal". Mesmo com a presença de Eduardo Bolsonaro, dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), ela foi a conferencista mais aplaudida e ouviu coro de "fica! Fica!" antes de deixar o palco.
A ministra abriu o discurso citando a declaração dada pelo arcebispo Dom Orlando Brandes, horas mais cedo, em missa no Santuário Nacional de Aparecida. O religioso criticou "o dragão do tradicionalismo" e afirmou que a direita é "violenta e injusta".
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Damares disse que o arcebispo deve "estar com medo de nós, que somos terrivelmente cristãos".
"O conservadorismo vai dar certo. O povo de bem se levantou e agora está governando esta nação", declarou ela, sendo aclamada pelo público.
Ela rasgou elogios ao CPAC Brasil, que definiu como um divisor de águas na história do conservadorismo no Brasil, e não poupou disparos contra a esquerda.
"Para a tristeza da esquerda nunca se defendeu tanto direitos humanos como hoje no Brasil. O presidente machista só neste ano já sancionou seis leis de proteção à mulher. Chora, esquerda! Aceita que dói menos."
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Em seguida, ela alertou o público sobre as estratégias da esquerda para voltar ao poder e pediu organização à direita para impedir esse movimento. Damares comparou a esquerda ao diabo.
"Não podemos subestimar o outro lado. Eles estão à espera para poder usurpar o poder novamente. Nós não podemos subestimar o Cão. Não podemos subestimar o mal. Vamos ter que começar a ocupar as câmaras de vereadores e prefeituras, ouviram? Precisamos sair daqui com isso em mente", disse.
O restante do discurso foi repleto de críticas a deputados de esquerda, como Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) e ao PT e referências ao seu famoso bordão "meninos vestem azul, meninas vestem rosa".
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Com uma retórica talentosa, a pastora ganhava aplausos a cada frase de efeito. O público pedia que ela ficasse mais sempre que ela mencionava o tempo curto para falar. Na reta final, Damares ainda teve tempo de atribuir a eleição de Jair Bolsonaro a uma vontade divina. Falando sobre o que afirmou ser um domínio da esquerda sobre a vontade dos povos indígenas, ela arrancou gritos de "Fora, Raoni".
"Tupã ouviu o choro dos curumins e disse: chega! E então elegemos Jair Bolsonaro. A eleição dele interrompeu um ciclo de sofrimento e dor. Este país não vai mais suportar ser governado por sanguinários da esquerda", declarou. "Pode bater, esquerda. Quanto mais bate, mais esse governo cresce."
Em seguida, foi encoberta pelos aplausos e por um coro decorado. "Homem nasce homem, mulher nasce mulher, na nossa família você não vai poder mexer".