O presidente Jair Bolsonaro admitiu a deputados em reunião na tarde desta quarta-feira (9) que está decidido a sair da legenda, mas que primeiro quer uma garantia jurídica para que os deputados que o acompanhem na desfiliação ao PSL não percam seus mandatos e que a Justiça possa também congelar os recursos partidários do PSL. Anteriormente, o próprio presidente disse que não sairia do partido e fez uma comparação da crise vivida pela sigla a uma "briga de marido e mulher".
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"A preocupação do presidente e da bancada é sair do partido e deixar ele com um fundo monumental para ser usado na velha política, sendo que foram eleitos por um movimento nosso", afirmou o federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, do PSL de São Paulo).
Na esteira de Bolsonaro, o partido conquistou 11,6 milhões, um crescimento de 1.341% de votos, que engordou o cofre do PSL dos nanicos R$ 6,2 milhões do fundo partidário ao longo de 2018 para o milionário R$ 103 milhões em 2019, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.
Aos deputados que participaram da reunião, Bolsonaro disse acreditar que o Tribunal Superior Eleitoral possa “congelar” os recursos do fundo partidário do PSL uma vez que eles foram adquiridos com votos dele de parte dos deputados que estavam presentes.
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A ideia é que o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, ficaria impedido movimentar os R$ 8 milhões mensais que o partido recebe para manutenção da legenda. Para aliados de Bolsonaro, congelar os recursos já seria uma vitória para o presidente.
Os 17 deputados que participaram da reunião também elaboraram uma carta de apoio ao presidente em que dizem que o PSL “ainda é o caminho”. Segundo a colunista Bela Megale, o grupo diz que está comprometido com o projeto encabeçado pelo presidente Jair Bolsonaro, mas que ainda aposta em um diálogo que reunifique o PSL.
“Reiteramos o acordo firmado em 2018 com a grande maioria dos brasileiros de construir um país livre da corrupção, em nome dos valores republicanos voltados à consolidação da nossa bandeira de ética na democracia e de justiça social. Para isso, é necessário construir uma plataforma partidária ampla, cujo núcleo central é a solidez de um partido orientado pelos princípios e valores expostos acima, que nos foram confiados e seguem sendo defendidos pelos brasileiros. Esse partido, para nós, ainda é o PSL”, diz a carta.
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O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) garantiu que a saída da legenda está definida, mas que o PSL estuda uma medida jurídica para dar segurança aos deputados. Como o GLOBO mostrou ontem, Bolsonaro espera uma consulta que o Podemos deve encaminhar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para saber se, quando um partido incorpora outro, deputados podem migrar sem serem considerados infiéis.