Durante participação no programa Central Globo News , na noite desta quarta-feira (2), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que não foi oportunista por utilizar o slogan " BolsoDoria " durante as eleições de 2018 e ao apoiar o então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL).
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"Eu não sou bolsonarista. Eu não criei o 'BolsoDoria'. O movimento nasceu no interior [de São Paulo], espontaneamente. Mas eu incorporei. Naquela circunstância, na qual enfrentávamos todos os partidos de esquerda juntos, todos faziam campanha contra mim... E, numa campanha, qual era o meu caminho senão estar ao lado daqueles que advogavam com Jair Bolsonaro?", indagou Doria .
Quando questionado sobre uma possível candidatura ao Planalto nas próximas eleições, o tucano saiu pela tangente. "Não é hora de falar disso. Em tese, na prática... Não é momento de discutir eleições de 2022 , três anos e meio antes da eleição. É um erro. E não fui eu quem iniciou esse processo. O presidente Bolsonaro, talvez, foi quem deflagrou o processo", disse.
O governador paulista também mostrou-se contrário à indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada brasileira em Washigton.
"É um ponto crítico meu em relação ao presidente Bolsonaro. Moralmente, não me parece adequado que o filho de um presidente da República seja indicado para uma embaixada. Isso não é positivo. Você confunde o tema familiar com o diplomático. Ainda que fosse alguém que soubesse o inglês corretamente, que tivesse curso em Harvard, que tivesse vivência, competência, ainda assim, eu diria não", salientou.
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Doria falou ainda sobre a determinação de recolher material escolar que falava sobre identidade de gênero e considerou ser um episódio diferente do que aconteceu na Bienal do Livro do Rio, onde o prefeito Marcelo Crivella (PRB) mandou fiscais para apreender uma HQ que tinha beijo gay, o que ele considerou censura.
"Não proibimos, apenas, especificamente, um capítulo dessa cartilha estava em desacordo com o Estatuto da Educação de São Paulo. Mandamos recolher a cartilha. Dialogamos com o professorado, com Tribunal de Justiça, Ministério Público e a Defensoria Pública também. Estabelecemos um texto adicional encartado nessa cartilha e foi redistribuída. Não foi preciso judicializar", ponderou.
"Dois dias depois de termos tomado essa atitude, houve o episódio envolvendo o prefeito Marcelo Crivella. Não quero fazer críticas ao prefeito Crivella, mas eu jamais mandaria fiscais numa feira de livro para fazer coletas de livro. Isso para mim tem nome: se chama censura. Em São Paulo não foi censura, foi uma análise que contrariava o Estatuto da Educação", opinou o governador.
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Por fim, o tucano disse que respeita a população LGBT
, mas que "criança nasce menino ou menina". "Eu não tenho nada contra LGBTs, a opção que você faz ao longo de sua vida pela sua sexualidade, portanto, não sou conservador nisso, eu sei que isso faz parte da existência. Mas não acho razoável que se diga a uma criança de 12, 13 anos, que ela nasça sem sexo. A criança nasce menino ou menina. Se alguém me provar o contrário, que me diga cientificamente", finalizou Doria
.