A equipe do novo PGR ainda decide como ficará a situação da Lava Jato
Roberto Jayme/Ascom/TSE
A equipe do novo PGR ainda decide como ficará a situação da Lava Jato

O procurador-geral da RepúblicaAugusto Aras , decidiu deixar a condução das investigações criminais perante o Supremo Tribunal Federal ( STF ) com o seu vice-procurador-geral, José Bonifácio de Andrade, que também foi vice na gestão de Rodrigo Janot . Ainda não está decidido, porém, se Bonifácio cuidará também dos casos da  Lava-Jato  ou se atuará apenas nas outras operações.

O ato significa descentralizar as investigações criminais da figura do PGR. Nas gestões anteriores, de Janot e Raquel Dodge , eles mantinham um grupo de procuradores como assessores da área criminal, mas era o próprio procurador-geral quem decidia e assinava as peças criminais enviadas ao STF, como denúncias e ações cautelares contra parlamentares.

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Com a mudança, Aras deve focar sua atuação em questões constitucionais perante o STF e na gestão da instituição, dentre outras atribuições do PGR. Estrategicamente, ele também evita embates com a classe política, que é o principal alvo dessas investigações.

Aras baixou uma portaria no último dia 26, obtida pelo jornal O Globo , dando poderes a Bonifácio para conduzir as investigações criminais junto ao STF. "Delegar competência ao vice-procurador-geral da República para oficiar nos processos de matéria criminal do Supremo Tribunal Federal", diz a portaria. O nome de Bonifácio é visto com bons olhos por procuradores das forças-tarefas da Lava-Jato e das áreas criminais da Procuradoria.

A equipe do novo PGR ainda decide, porém, como ficará a questão da Lava-Jato. O subprocurador José Adonis Callou de Araújo Sá foi convidado para comandar o grupo de trabalho dos casos da Lava-Jato na PGR. Ainda está sob discussão a possibilidade de Adonis cuidar pessoalmente desses casos perante o STF, assinando as peças e participando dos julgamentos. Neste caso, ele dividiria com Bonifácio a atribuição de casos criminais. Ambos são subprocuradores experientes e respeitados internamente.

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Também está em estudo a possibilidade de criar um grupo dentro da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão, responsável pelos casos criminais, para centralizar a coordenação de forças-tarefas e operações criminais, como afirmou Aras em entrevista ao jornal O Globo . Já existe uma proposta de resolução na 2ª CCR neste sentido, mas que nunca foi votada.

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