Para quem achava que o ministro da Justiça, Sergio Moro, andava fraco, desprestigiado e fritado pelo presidente Jair Bolsonaro, acaba de ter uma grande decepção. Afinal, o ministro acaba de obter uma vitória no campo pessoal no governo. Bolsonaro concordou com os argumentos de Moro e manteve no cargo o delegado Maurício Valeixo, diretor-geral da PF. Havia um movimento para que Bolsonaro demitisse o delegado, o que enfraqueceria Moro. O clima de paz entre os dois pode ser constatado quando Moro e sua mulher Rosangela visitaram Bolsonaro e a esposa Michelle, quando ele ainda convalescia no hospital. Não se faz política com o intestino. Moro ganhou este round.
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Chapa com Bolsonaro
Quem acha também que Moro aproveitará a boa popularidade no governo para se contrapor a Bolsonaro em 2022 , vai quebrar a cara novamente. Moro disse à ISTOÉ que não pretende ser candidato a presidente da República e que o seu candidato é Bolsonaro. No máximo, ele pode ser vice do presidente.
Fundão eleitoral
Quando a Câmara parece que vai tomar jeito, lá vêm os deputados e aprovam mudanças na legislação eleitoral, o chamado fundão eleitoral, pra lá de indecorosas, imorais e vergonhosas. Com a complacência de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, os deputados aprovaram, na noite da quarta-feira 18, alterações permitindo que o fundo eleitoral, bancado por recursos públicos, possa pagar uma série de despesas indecentes. Aprovaram que o nosso dinheiro dos impostos possa pagar a compra de imóveis, como mansões, e móveis, como helicópteros, aviões e até carrões de luxo. Além do mais, o projeto prevê que os recursos podem ser aumentados de R$ 1,7 bi para R$ 3,7 bi. Pior: tudo para servir aos que mamam nas tetas dos partidos, muitos deles notadamente políticos desonestos.
Helicóptero
Esse é o caso de Eurípedes Junior, presidente do Pros, que comprou um helicóptero por R$ 2,4 milhões com o fundo partidário. Usa o aparelho para se deslocar de Planaltina de Goiás, onde mora, a Brasília. Sua filha chegou a gravar um vídeo sobrevoando o Lago de Paranoá. Comprou também um avião e uma mansão no Lago Sul por R$ 4,5 milhões.
Caixa dois
Essas compras escandalosas estavam proibidas pelo TSE, que as considerou ilegais. Agora, os deputados legalizam a patifaria. Além dos bens de luxo, os partidos podem pagar advogados e consultorias contábeis, abrindo brechas para o caixa dois. Podem pagar até multas eleitorais, tudo com dinheiro público. Um escárnio.
Collor continua o mesmo
O senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL), ex-presidente que renunciou ao cargo em 1992 para não sofrer o processo de impeachment, não mudou em nada. Continua o velho aliado do atraso. Ele disse em seu Twitter que vai votar contra a Reforma da Previdência no Senado. “Votar a favor seria incoerente com minha história”, afirmou. Resta saber qual é sua história: envolvimento com a corrupção?
Rápidas
* Agora que as mudanças estão nas mãos de Bolsonaro para serem sancionadas até o próximo dia 3, há um movimento pedindo para que ele vete as aberrações aprovadas: #vetabolsonaro é líder na internet. Todos querem que o presidente derrube essas maldades.
* Como diz o deputado Coronel Tadeu: o Congresso faz suas lambanças, como fez no caso da Lei de Abuso de Autoridade, e agora joga tudo no colo do presidente, que tem que ficar com o ônus de vetar as bandalheiras.
* A UBus, que participa da operação da linha de transporte coletivo no Corredor ABD (São Bernardo-Berrini), lançou esta semana um exclusivo serviço de transporte urbano, no qual a compra de passagens é feita por aplicativo.
* Os ônibus são modernos, com Wi-Fi de banda larga à bordo, dotados de tomadas USB nas poltronas individuais. Segundo Milena Romana, vice-presidente da UBus, todos os veículos são equipados com ar condicionado.
Retrato falado
Essa frase foi dita pelo ministro Luis Roberto Barroso, do STF, ao autorizar buscas e apreensões no gabinete do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), acusado de receber propinas de R$ 5,5 milhões de empreiteiras que construíram as obras da Transposição do São Francisco, quando foi ministro de Dilma. Barroso explicou que sua decisão foi “puramente técnica e republicana”. Bezerra era líder de Bolsonaro no Senado. A Abin não alertou o presidente do passado negro do senador?
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Toma lá dá cá
Alessandro Vieira, senador (Cidadania-SE)
Por que é difícil emplacar a CPI da Lava Toga?
É difícil emplacar a CPI porque ela ataca justamente uma casta de privilegiados que nunca foi sequer ameaçada na história do Brasil.
Quem não quer que o Senado investigue os desmandos de ministros do STF?
Temos um conluio, um acordão, que envolve o Executivo, interesses do presidente Bolsonaro, dos ministros do Supremo Dias Toffoli, Gilmar Mendes e outros, e dos presidentes das Casas Legislativas. Todos unidos no sentido de evitar uma apuração isenta.
O senhor acredita que a CPI pode levar ministros do STF ao impeachment?
Sim, é possível se chegar ao impeachment de ministros, desde que se consiga produzir, ao longo da CPI, provas consistentes.
Toyota acelera em SP
O governador João Doria esteve na semana passada no Japão em busca de novos investimentos, a convite da Toyota. Na quinta-feira 19, ele esteve em Nagoia, sede da montadora, onde participou do anúncio de que a empresa aplicará R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba para a produção de um novo automóvel. O projeto criará 300 novos empregos.
Bolsonaro come poeira
Para tirar o mérito de Doria, Bolsonaro disse que o investimento da Toyota tinha o dedo do governo federal. Escorregou feio. O projeto da montadora que contou com a ajuda federal está sendo desenvolvido em Indaiatuba na produção de um motor híbrido. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Doria cutucou Bolsonaro: as eleições serão só daqui a 3 anos.
Focinho de porco não é tomada
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O ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso na Papuda, acaba de se formar como eletricista, em curso feito na cadeia. É acusado de ser o dono dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador. Como o MPF acaba de pedir sua condenação a 80 de cadeia, vai ter muitas tomadas para consertar no presídio.