Eduardo Cunha no dia em que ficou sabendo que não seria salvo no Conselho de Ética e Decoro
Antonio Cruz/Agência Brasil
Eduardo Cunha no dia em que ficou sabendo que não seria salvo no Conselho de Ética e Decoro

Os advogados do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha , consideraram esquizofrênicas as acusações feitas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot , que admitiu ter entrado no Supremo Tribunal Federal armado com o objetivo de assassinar o ministro Gilmar Mendes. Por meio de nota, os advogados demonstraram perplexidade com as revelações.

Janot também afirmou em entrevista à revista "Veja" que suspeita que o Cunha foi o mandante da invasão de sua casa em 2015. Na ocasião, apenas um controle remoto do portão teria sido levado, de acordo com o procurador. “Era um recado, uma ameaça. Pelo cheiro, suspeito que foi obra do Eduardo Cunha. Não há evidência. É pelo cheiro mesmo”, disse.

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Segundo os advogados de Cunha, a acusação feita sobre seu cliente seria absurda e pitoresca, destacando o fato de que Janot acusa seu cliente baseado "no cheiro". “Preocupa-nos a segurança de Eduardo Cunha. Afinal, o que significa um preso sem chance de defesa para quem é capaz de sacar uma arma para um Ministro, dentro do STF?”, afirmaram os advogados.

Ainda de acordo com os advogados de Cunha, esse tipo de afirmação configuraria um "escândalo sem precedentes até para os padrões de Rodrigo Janot". “As afirmações irresponsáveis revelam agora aquilo que a defesa já sabia: as ilegalidades praticadas contra Eduardo Cunha, à época que ele conduziu com o fígado o Ministério Público Federal , violavam princípios básicos como a impessoalidade”, afirmam os advogados.

O comunicado foi assinado por todos os defensores de Cunha na Justiça: Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Delio Lins e Silva Jr., Rafael Guedes de Castro, Caio Antonietto e Aury Lopes Junior.

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Durante o mandato de Janot, o Ministério Público Federal e Eduardo Cunha chegaram a negociar um acordo de delação premiada. Os procuradores, no entanto, decidiram fechar o acordo com o operador Lucio Funaro, que denunciou os mesmos esquemas de que Cunha também tinha conhecimento.

O ex-presidente da Câmara foi condenado em 2017 a 15 anos e quatro meses pelo então juiz Sergio Moro. Meses depois, a pena foi diminuída para 14 anos e seis meses pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Os desembargadores concluíram que Cunha teria recebido R$ 5 milhões pela sua influência na compra, pela Petrobras, de um campo de exploração de Petróleo em Benin, na África. “Isso demonstra, e escancara, que Cunha foi acusado e processado por um Procurador suspeito, sem qualquer chance de justiça e de oportunidade de se utilizar de todos os meios de defesa”, afirmaram os advogados no comunicado.

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