Os advogados de Flávio dos Santos Rodrigues, filho da deputada federal Flordelis dos Santos (PSD), pediram nessa terça-feira a revogação da prisão do cliente, réu pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo. A Justiça ainda não decidiu sobre a solicitação feita pela defesa. Flávio está há mais de três meses atrás das grades. Ele foi preso na saída do enterro de Anderson.
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No pedido enviado à Justiça, os advogados - Maurício Mayr, Flávio Crelier e Anderson Rollemberg - alegam que não há motivos para manter Flávio preso. A defesa do filho de Flordelis contesta um depoimento dado por ele à Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo na semana seguinte ao assassinato. Na ocasião, Flávio confessou o crime. Ele relatou aos agentes que atirou seis vezes contra Anderson.
Na peça entregue nessa terça-feira à Justiça , os advogados alegam que Flávio prestou o depoimento sem a presença de um advogado. Eles também questionam as provas que há contra seu cliente. No documento, a defesa de Flávio cita ainda o surgimento de uma nova prova - uma carta que Flordelis afirma ter recebido de Lucas Cézar dos Santos de Souza, seu filho adotivo, também réu pela morte do pastor .
Lucas é réu no processo junto com Flávio. Ele é acusado de ter ajudado o irmão a comprar a pistola usada no crime . A arma foi apreendida pela Polícia Civil no quarto de Flávio e exame de confronto balístico comprovou, segundo a investigação, que ela foi usada no assassinato.
Na carta entregue à Flordelis, Lucas muda sua versão e aponta o envolvimento de outro irmão, o vereador de São Gonçalo Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, no crime. O rapaz diz que Misael lhe ofereceu vantagens para “dar um susto” em Anderson. Lucas afirma que pediu a um amigo para fazer o serviço. “O moleque já sabia o que ia fazer, mas deu ruim”, escreveu o rapaz na carta, justificando o fato do pastor ter sido morto.
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Em seu novo relato, Lucas, que em outros depoimentos havia apontado o envolvimento de Flávio na morte de Anderson, escreveu que o irmão não tem participação no crime. A carta foi anexada ao processo nessa terça-feira e será encaminhada à DH pelo advogado de Flordelis, Fabiano Migueis, nessa quarta.
Nos cinco depoimentos que prestou à DH na primeira fase das investigações, Lucas não confessou, em nenhum deles, participação na morte do pastor e nem citou Misael nos relatos. Ele assumiu à polícia ter ajudado Flávio apenas na compra da arma, mas alegou não saber que o irmão planejava assassinar Anderson.
A suposta mudança de versão de Lucas ocorreu após ele ter ficado um mês preso na mesma cela que Flávio, no presídio Bandeira Stampa, conhecido como Bangu 9, no Complexo de Gericinó. Durante dois meses - duração das investigações - os dois filhos de Flordelis haviam ficado presos na DH, em carceragens diferentes.
Em seu último depoimento à DH, no dia 5 de agosto, antes de ser transferido para o presídio, Lucas afirmou aos policiais que estava sendo coagido por Flávio a mudar o seu depoimento. Lucas prestou cinco depoimentos na DH e, em nenhum deles, citou a participação de Misael no crime.
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