Cinco pessoas foram presas nesta terça-feira (24) pela Polícia Civil acusadas de torturar um homem de 37 anos dentro de um supermercado da rede Extra , no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. O crime, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), aconteceu entre abril de 2017 e janeiro de 2018. Uma pessoa ainda segue foragida.
O caso só se tornou público na última sexta-feira (20), quando um vídeo com um homem apanhando e levando choques com as calças abaixadas e as mãos amarradas passou a circular nas redes sociais. Segundo as investigações, a vítima tentou furtar três peças de carne do estabelecimento.
“Nós já temos elementos suficientes para o indiciamento dos suspeitos. Com o interrogatório do segundo acusado conseguimos o fortalecimento das provas. O reconhecimento por parte da vítima é importante”, afirmou a delegada Roberta Guerra Maransadi, durante coletiva de imprensa na sede do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
O homem torturado tem 37 anos e já foi identificado, mas ainda não localizado. As torturas , de acordo com a Polícia Civil, aconteceram por cerca de 15 minutos.
A SSP ainda informa que das cinco pessoas presas, duas já confessaram o crime e foram indiciadas pelos crimes de tortura por ação e por omissão. Os outros acusados foram detidos devido a mandados de prisão temporária.
Caso recente de tortura em supermercado
No início do mês, um jovem de 17 anos relatou ter sido torturado por seguranças do supermercado Ricoy, na Vila Joaniza, também na Zona Sul da capital. O adolescente teria furtado um chocolate e relatou ter sido torturado por 40 minutos. Em entrevista, ele contou também ter sido ameaçado de morte para que não relatasse o caso à polícia.
Valdir Bispo dos Santos e Davi de Oliveira Fernandes são funcionários de uma empresa privada de segurança que prestava serviços para o estabelecimento, e foram identificados como agressores. Logo após a divulgação do ocorrido, o delegado Pedro Luis de Souza, titular to 80º Distrito Policial de São Paulo, pediu a prisão temporária dos dois seguranças que foram filmados torturando o adolescente.